OS PULGÕES

(AGRICULTURA)

Toda a gente conhece os pulgões ou piolhos das plantas. Mas nem todos têm observado minuciosamente os seus costumes.

Se examinarmos qualquer parte tenra de uma planta coberta de pulgões, verificaremos que a maioria deles não tem asas, mas que alguns as possuem; são estes os encarregados de espalhar a praga nas outras plantas e nas propriedades vizinhas.

A multiplicação dos pulgões, na primavera, é estupenda, dando lugar, cada fêmea, a mais de cinquenta outras fêmeas, que, cinco dias depois de nascidas, começam a reproduzir-se e, como podem dar origem a doze ou treze gerações durante a primavera e verão, compreender-se-á, então, porque é que esta malta cobre em poucos dias as folhas e partes tenras das plantas.

No fim do verão ou princípio do Outono, aparece então a última geração do ano, que é encarregada de perpetuar a raça, e assim, tanto os machos como as fêmeas têm asas, produzindo estas ovos, que depositam em lugares abrigados para passarem o Inverno.

São estes ovos que dão nascimento, na Primavera, às fêmeas desprovidas de asas, que, depois de sofrerem várias metamorfoses se dirigem às folhas ou rebentos tenros, onde cravam o seu ferrão chupador, dando principio, dentro de poucos dias, à primeira geração de pulgões de primavera.

Devemos, pois, iniciar o combate às primeiras invasões, pois cada pulgão que matarmos equivale a milhares.

A época da aparição dos pulgões é variável, mas na Primavera, desde os últimos dias de Fevereiro, conforme a temperatura, principiam a aparecer nas plantas de horta, jardins, árvores de fruto, etc.

As picaduras dos pulgões fazem enrolar as folhas e assim é difícil atingi-los com as pulverizações insecticidas; devemos, pois, antes de iniciar os tratamentos, eliminar todas as folhas enroladas.

Os pulgões segregam um líquido viscoso e açucarado, que alastra pelas folhas e ramos; e, como este liquido adocicado atrai as formigas, estas chegam a levar os pulgões recém-nascidos para outros ramos, para maior propagação da praga.

É grande o prejuízo causado às plantas pelos fungos que sobre elas fazem desenvolver os líquidos adocicados, segregados pelos pulgões; o pior, porém, é a «ferrugem», pois impede a respiração, sem a qual as plantas não podem viver.

Felizmente que há muitos animais que atacam os pulgões e assim uma grande parte são devorados por eles, sendo as aves os seus verdadeiros inimigos, que os exterminam aos milhões.

Como os pulgões vivem em constante «chuchadeira», pois introduzem o ferrão nos tecidos da planta, para chuchar a seiva, é preciso serem combatidos com insecticidas, sendo os de base de nicotina e DDT, que não prejudicam as plantas, os preferidos, sendo certo que somente com tratamentos semanais, dada a rapidez com que os pulgões se reproduzem, podem as plantas ficar livres deles.

As pulverizações para extinção dos pulgões devem ser feitas às primeiras horas da manhã ou ao fim da tarde, depois do sol posto.

 

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