MUSA ALENTEJANA

MELANCOLIA

Em certas horas de saudade estranha,
Ao vir da Noite, quando a voz se cala,
E a flor do Tempo o seu perfume exala,
E o mar segreda sonhos à montanha;

Tua sombra meus passos acompanha,
Ergues-te, vens da escuridão da vala;
E, perdida de medo, a errar, sem fala,
A noite em teus cabelos se emaranha!

E uma voz do Passado, toada morta,
Chora na fria tarde moribunda,
E o teu perfil em sonhos se recorta...

As árvores inclinam mais os ramos;
Marulha eterno adeus a voz profunda;
Nossos olhos encontram-se... choramos!

MÁRIO BEIRÃO

SURREXIT!...

Sempre de roxo, heráldica e nervosa,
Na Catedral encontro pensativa,
Cheia de Graça, em devoção radiosa,
Certa Senhora de expressão altiva.

Solene, no langor da sensitiva,
Veste-a de luz Pureza esplendorosa,
Que em Harmonia olente e sugestiva
A cerca duma auréola vaporosa...

De olhos profundos, dum negro de amoras,
Aos pés da Virgem, num coxim vermelho,
Reza, vibrante, as sacrossantas Horas...

E foi assim, suspensa na Oração,
Que ao vê-la, meditando o Evangelho,
Senti vibrar de novo o coração!

ANTÓNIO SARDINHA

PERGUNTAS

E ADIVINHAS

Respostas às perguntas da página 165:
1 - Um ovo.
2 - Um sino.
3 - O escuro.
4 - Os botões.

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ENTRE AMIGOS

– Então, tu em Lisboa?
– É verdade, casei há dias e vim passar a lua de mel.
– E tua mulher?
– Essa ficou em Braga com a mãe.