Do argênteo lago a ninfa descuidosa,
Que um fauno arteiro e rude traz rendida,
Da frauta ouvindo a voz melodiosa,
Salta veloz sobre a relva florida.
Para ouvir mais de perto a ninfa airosa
Corre de prado em prado e, de corrida,
Perde-se na floresta tenebrosa,
Onde é cruel o amor e curta a vida.
As sombras a rodeiam. Anoitece,
Erra à beira dos pântanos e chora,
Caminha às cegas doida de ansiedade
Cai nos braços do fauno e adormece!
– Assim, mortal, consomes de hora a hora,
Na chama da ilusão a mocidade!
Pedroso Rodrigues.
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