Acendo, rápido, uma vela,
E vejo a morta, e vejo-a a «ela»,
Que lentamente se sumia
Num como fumo que a envolvia!...
– «Quanto me diz, nada me prova
Que a morta saia aqui da cova.
A terra pesa como ferro...
– Diga-mo a mim que sou que enterro...
Depois, quem morre, só deseja
Que a paz de Deus com ele seja.
Isso de vêr, como contou,
Quem lhe morreu, quem Deus levou,
É coisa de alma, é coisa triste
Que só ao tempo não resiste,
Ao tempo e ainda a outro meio...
Ouça também, já que aqui veio:
Tambem eu tive alguém no mundo
A quem votei um amor profundo.
Era uma filha, aleijadinha,
Mas muito meiga!... – Coitadinha!...
Sofreu, sofreu, e um dia a morte
Veio poupá-la a pior sorte...
Mas desde então, constantemente,
Eu via a filha à minha frente.
De noite e dia, a toda a hora,
Ou, fosse em casa ou fosse fora, |