No mar. Sob a tormenta e sobre a vaga escura,
tacteando a amplidão e lendo nas estrelas,
Colombo, em pé na proa, indómito procura
a rota que traçara às suas caravelas.

As trevas, a ansiedade e a dor... Para vencê-las
trazia unicamente aquela fé segura
na Ciencia e na Cruz, gravada sobre as velas,
de preto, a ressaltar na imaculada alvura.

Por mais que brama o mar e mais que o vento ruja,
embora se revolte e o ameace a maruja,
não o abandona a fé. Sua figura homérica

Persiste sobre a proa, inquirindo o horizonte,
impávida e febril, a esperar que desponte
o mundo que daria ao outro mundo, a América.

S. Paulo (Brasil)

             VEIGA MIRANDA.


FOL.5 - SERÕES N.º 47

 

 

12-11-2020