A presença de canais da Ria no
tecido urbano de Aveiro proporciona, não só originais percursos, a
pé ou de barco, mas também a possibilidade de apreciar alguns dos
conjuntos edificados mais interessantes da cidade, cujas fachadas,
quando projectadas nas águas, se transformam em peças pictóricas de
inusitada beleza.
Mas mesmo quando a cidade se afasta
dos canais, a Ria continua a fazer sentir a sua influência, em
pinceladas de luz, que alindam casas e ruas, em vivificantes lufadas
de ar salgado, que varrem a atmosfera citadina, numa constante e
eficaz acção purificadora.
Itinerário A
No ângulo dos Canais Central e
das Pirâmides, situa-se o Rossio, agradável espaço
ajardinado que convida ao repouso e ao convívio, num lugar
aprazível, a que renques de palmeiras conferem um certo exotismo.
Ao longo do Canal Central,
podem apreciar-se alguns bons exemplares de Arte Nova: um
edifício, na rua do Dr. Barbosa de Magalhães e um
conjunto, sobranceiro ao canal, na rua de João Mendonça.
Na zona envolvente da
Ponte Praça,
destacam-se o edifício do Hotel Arcada (anos trinta), por
debaixo do qual corre a arcada da rua dos Mercadores, com
diversas casas de interesse, e a antiga
Capitania do Porto de
Aveiro, construída, inicialmente, como moinho de marés.
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Itinerário B
Junto dos Canais do Paraíso e
do Alboi, situa-se um bairro com uma estrutura urbana
muito particular, cujo núcleo, o Largo do Conselheiro Queirós,
é um exemplo, muitíssimo precoce, de habitação social,
curiosamente, de iniciativa privada.
Atravessando a zona ajardinada da
Baixa de Santo António, onde se situam vários campos de jogos,
chega-se ao Jardim e Parque do Infante D. Pedro, grande
espaço, densamente arborizado, com um
lago de razoáveis dimensões,
onde se podem (poderiam) fazer passeios de barco.
No jardim, há um
Coreto
de ferro, de bela traça, com qualidades acústicas excepcionais;
no Parque, existem diversos painéis cerâmicos e um
edifício da autoria do Arquitecto
Raul Lino.
Nas imediações do Parque, situam-se
o antigo Hospital, datado da primeira década deste século, e
o Campus Universitário, com edifícios assinados por
alguns dos mais conceituados arquitectos portugueses da actualidade,
como Siza Vieira, Souto de Moura, Alcino Soutinho, Carlos Loureiro,
Adalberto Dias, Kol de Carvalho e José Prata.
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