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Congratulamo-nos com o trabalho
realizado pelos colaboradores do Museu de Aveiro, que se traduz
neste juntar de peças avulsas e presépios dos séculos XVIII e XIX,
agora em exposição, e que nos ensinam, no labor escultórico de
barristas de Aveiro ou aqui fixados, um trazer para as pequenas
figuras avulsas de barro vermelho ou policromo a exploração do valor
expressivo dos delicados pregueados verticais das vestes, que foram
muito utilizados nas esculturas em madeira e também na pedra.
Há nas figuras de barro dos presépios
a reinvenção do naturalismo baseado numa nova exploração do corpo,
na caracterização de vestuários e fisionomias, com as diferenças que
distinguem cada barrista.
Os presépios apresentam toda uma escrita narrativa, onde ao lado da
história principal se vão contando outras histórias ligadas aos
costumes, à vida, à religião. Nos conjuntos escultóricos dos
presépios surgem as representações das profissões e actividades
populares, em figuras que também foram utilizadas em cascatas e a
que chamam mascatos.
O barrista nesses conjuntos soube pôr a palidez do menino
recém-nascido em contraste com as cores tisnadas dos restantes
figurantes, ou a Virgem com o lenço atado como as nossas mulheres do
campo, que partiam para o seu trabalho sozinhas e chegavam a casa
mais ricas com um filho nos braços.
Mostra de presépios que se une às raízes dos Aveirenses por serem de
barro e de barristas de Aveiro.
Aos colaboradores do Museu o nosso
obrigada.
Claudette Albino
(Presidente da AMUSA)
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