Com a Liberdade de
Associativismo Político, o Associativismo Regionalista vivido e
praticado nas Casas Regionais viu-se privado de muitos dos seus maiores
defensores e entusiastas, porque muitos deles passaram a abraçar
exclusivamente a prática partidária.
O desenvolvimento regional,
o incremento, evolução e transformação das manifestações colectivas ao
nível concelhio, retiraram a necessidade dos naturais das Regiões
participarem em manifestações e actividades mais alargadas referentes à
sua Região.
Esta nova dinâmica de
fragmentação fez surgir nalguns casos, o surgimento dum Associativismo
Concelhio, motivado e incentivado pelos novos poderes autónomos
autárquicos.
Assim as Casas de Região em
Lisboa, divulgadoras e defensoras das raízes histórico-culturais, das
tradições, do modo de vida, dos usos, dos costumes, do vestuário e dos
trajes regionais, da gastronomia, da literatura, do artesanato, da
musica e dos cantares, e também da organização social e do património
arquitectónico de cada Região começaram a perder o protagonismo porque a
nova dinâmica e interesses locais prescindiram de recorrerem à Sua Casa
Regional que junto dos meios de comunicação social apresentavam as
grandes realizações regionais (feiras agrícolas, festivais nacionais de
folclore, de gastronomia, culturais, etc.).
O aparecimento das Rádios e
Jornais locais tirou alguma importância aos tradicionais agentes
divulgadores até então frequentadores das Casas Regionais.
A diminuição de Associados
e consequente falta de frequência das Sedes (excepções: Casa do Alentejo
e Casa dos Açores) obrigaram as Casas de Região à necessidade de
reformulação das suas iniciativas e actividades e à criação do CNCR
(Conselho Nacional das Casas Regionais ) em 14/11/2000 como lema:
Temos de defender e
preservar a identidade cultural das Regiões
1. Promover a defesa dos
valores, da cultura e da diferenciação que identificam cada uma das
regiões do país, como forma de afirmação da identidade nacional.
2. Proporcionar um espaço
de reflexão e debate sobre temas de interesse comum que suscitem o
desenvolvimento e o crescimento equilibrado das Regiões.
3. Incentivar as relações
de intercâmbio e troca de experiências entre as Casas Regionais
4. Promover e dinamizar
iniciativas conjuntas em ordem á preservação e valorização de bens e
valores culturais com o reforço da identidade própria de cada Região
dentro do todo nacional.
5. Suscitar junto de
entidades públicas, estatais e autárquicas, questões de carácter
abrangente direccionadas para a resolução de problemas regionais.
Projecto ambicioso que
durante estes anos não passou de algumas realizações conjuntas (Festas
da Cidade de Lisboa) e no intercâmbio e troca de experiências. A defesa
e continuação dos objectivos então subscritos é um desafio para os novos
Dirigentes associativos.