no monte da planície nasci
fui pastor e guardei gado
todos os trabalhos do campo fiz
estradas velhas e caminhos tortuosos fiz
todas as veredas do alentejo percorri
de monte em monte vi mulheres de luto vestidas
pedindo trabalho e pão
de longe
de muito longe
ouvi cantar oh baleizão baleizão
um dia sonhei
sonhei e vi campos verdejando
regados com águas do guadiana
na minha aldeia
em cada janela havia um cravo e um poejo
em mim renasce a esperança
a
esperança de voltar para sempre ao alentejo