Ruas de casas branquinhas,
Velhas, de centenas de anos,
Como é a Rua dos Canos,
A do Prego, ou das Escadinhas.
Ruas que, não sendo minhas,
Nem tuas, nem de ninguém
Em todas elas porém,
Descubro graça e encanto,
Por isso é que eu gosto tanto
Das ruas que Serpa tem.
Ruas de nomes antigos,
(Nem lhes conheço as raízes…)
Como a Rua dos Farizes,
Ou a Rua dos Barrigos.
Os seus discretos postigos,
Espreitam para ver quem passa…
E eu, talvez por pirraça,
Entre todas, tão caiadas,
É mesmo a das Mal-Lavadas
P’ra min a que tem mais graça. |
Quem chega, vindo de fora,
P’la Rua da Fonte Santa,
Rua dos Arcos encanta,
Com seu aqueduto e nora.
Suas muralhas, que outrora
Resistiram à peleja,
Ainda causam inveja,
Pelo ar tão imponente
Daquela entrada, a poente,
É a das Portas de Beja.
Dá gosto participar
Dos “cantes até às tantas,
Que não cansam as gargantas
Dos teus filhos a cantar…”
As ruas, a abarrotar,
De gente de toda a raça,
P’ra ver o cante, que passa
Pelo Largo da Corredoura,
Ou pelas Portas de Moura,
Desde o arco até à Praça. |