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RUAS DE SERPA

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Das ruas que Serpa tem,

P’ra mim a que tem mais graça,

É a das Portas de Beja,

Desde o arco até à Praça.

                             (Serpa, popular)

Domingos Rações Santos

 

Ruas de casas branquinhas,

Velhas, de centenas de anos,

Como é a Rua dos Canos,

A do Prego, ou das Escadinhas.

Ruas que, não sendo minhas,

Nem tuas, nem de ninguém

Em todas elas porém,

Descubro graça e encanto,

Por isso é que eu gosto tanto

Das ruas que Serpa tem.

 

Ruas de nomes antigos,

(Nem lhes conheço as raízes…)

Como a Rua dos Farizes,

Ou a Rua dos Barrigos.

Os seus discretos postigos,

Espreitam para ver quem passa…

E eu, talvez por pirraça,

Entre todas, tão caiadas,

É mesmo a das Mal-Lavadas

P’ra min a que tem mais graça.

Quem chega, vindo de fora,

P’la Rua da Fonte Santa,

Rua dos Arcos encanta,

Com seu aqueduto e nora.

Suas muralhas, que outrora

Resistiram à peleja,

Ainda causam inveja,

Pelo ar tão imponente

Daquela entrada, a poente,

É a das Portas de Beja.

 

Dá gosto participar

Dos “cantes até às tantas,

Que não cansam as gargantas

Dos teus filhos a cantar…”

As ruas, a abarrotar,

De gente de toda a raça,

P’ra ver o cante, que passa

Pelo Largo da Corredoura,

Ou pelas Portas de Moura,

Desde o arco até à Praça.

 

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