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UM ALENTEJO TOTAL

 

MANUEL GERALDO, escritor e jornalista, Alentejano apaixonado como eu, meu amigo de décadas e companheiro de andanças no/sobre o Alentejo, morreu recentemente (com 63 anos de idade), demasiado recentemente para que eu seja capaz de escrever sobre ele. Outros o farão, espero, com objectividade e lucidez.

Assim, como singelo contributo para que não esqueçamos, abaixo publicamos seis pequenos poemas, há muito por ele escritos, repescados do vasto espólio que nos deixou.

Luís Jordão


CALDEIRÃO DE RAÇAS

Árabes, celtas
Romanos, quempsis
Afro e ciganos

Meu Alentejo
Caldeirão de raças
Pátria, nação
Universal

Meu Alentejo total

ALENTEJO 1

Meu Alentejo
marginal

Nunca mandante
Sempre mandado
Votando à esquerda
À direita governado

Meu Alentejo
Te sonho
Independente
E autodeterminado

 

ALENTEJO 2

Meu Alentejo
Irlandês Ibérico
Em gestação

Meu Alentejo
País Basco
Português



ALENTEJO 3


Alqueva Guadiana
Meu Alentejo adiado

Lisboa ao Norte
Algarve ao Sul
Meu Alentejo
Entre Portugal
Esmagado


ALENTEJO 4

Baleizão
De Catarina

Aljustrel
De Madeira
E Adângio

Salvada
De Amaral

Escoural
De Caravela
E Casquinha

Meu Alentejo
Sangrando
De mil balas
Assassinas


ALENTEJO 5


Meu Alentejo
Panfletário
De Fialho
Charneca em Flor
De Florbela

Manuel João
Mansos
Meu Alentejo
Maior

Brito Camacho
Gente Rústica
Meu Alentejo
Ofendido
E Emigrado

Seara de vento
Cerromaior
Meu Alentejo
Pagão
Meu Suão

Bastardo do Sol
Eterno
É que não
 

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