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Revista Alentejana (2ª série) in memoriam. Um texto para memória, o Estatuto Editorial e 26 editoriais. Lisboa, 2011, 36 páginas.


REVISTA ALENTEJANA in memoriam

Acabou. Com um rotineiro acto administrativo e amortalhada em toda a sua história, foi encerrada a Revista Alentejana, tendo saído o último número no final do mês de Março de 2003.

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Muito cedo a instituição regionalista dos alentejanos mostrou entender a importância da Comunicação Social, talvez porque do grupo que a fundou fizessem parte alguns nomes ligados à escrita.

Assim, em meados de 1935, nasce o Boletim do Grémio Alentejano, tendo como director Oliveira Charrua.

Do N.º 1 ao 18, teve vários directores, tal como Oliveira Charrua, também eles chamados de delegados dos Corpos Sociais da colectividade.

A partir do N.º 19, assume a Direcção Victor Santos.

Com o N.º 46 começa a chamar-se “Boletim da Casa do Alentejo”, nome pelo qual a instituição passa a ser designada.

É com Vítor Santos que este órgão de Comunicação Social cresce e vai tomando forma adulta e profissional, vindo a chamar-se, com o N.º 277 de Maio de 1960, “Revista Alentejana”.

O último número da 1.ª série é o 482, de Outubro de 1983.

Nos primeiros meses de 1996 nasce a 2ª. Série, integrada desta vez num projecto mais vasto e numa perspectiva evolutiva, denominado Gabinete de Comunicação e Edições da Casa do Alentejo (GCE), que abrangeria também: a) a criação de um novo título «Cadernos C A», do qual saíram quatro números, indo o N.º 1 na terceira edição, estando à data do fecho do projecto prevista a publicação de mais 3 números durante os anos de 2003 e 2004; b) a criação de uma etiqueta de Editor, a inaugurar com a publicação da história da Casa do Alentejo até ao final da década de 1970, solicitada em finais de 2001 ao historiador alentejano Rui Rosado Vieira; c) reactivar, a médio prazo, o Almanaque Alentejano, parado há três ou mais décadas. De salientar que, deste título, enquanto activo, foi sempre proprietário/director/editor Fausto Gonçalves; d) também a médio prazo, criar um programa de rádio, numa estação local da área da Grande Lisboa, inicialmente quinzenal, ao fim de semana.

Todo este projecto era complementado/auxiliado por um outro de Merchandising, posto em prática na mesma data, devagar, com o lançamento de: 1) colecções de postais ilustrados do interior do Palácio Alverca/Casa do Alentejo, que foi um absoluto sucesso; 2) duas marcas de vinho de qualidade e bem rotuladas, convenientemente registadas — Casa do Alentejo e Pátio Árabe —, bastante bem recebidas por sócios, amigos e outros visitantes; 3) três camisolas — um Pólo e duas T Shirt’s —, umas com o brasão da CA e outras com desenho do pintor Alentejano António Galvão; 4) Isqueiros com o símbolo da Instituição. Sendo certa e já prevista a entrada de outros produtos marca Casa do Alentejo.

Como já anteriormente dissemos, nunca foi fácil nem pacífica a vida da Revista Alentejana. No entanto, pela mão de Victor Santos e do seu mais próximo colaborador, Fausto Gonçalves, marcou bem uma posição única no panorama da Comunicação Social regional, do seu género.

Foi este exemplo que presidiu à criação do projecto Gabinete de Comunicação e Edições da Casa do Alentejo, e, por concomitância, à reactivação da “Revista Alentejana” em 1996. Um exemplo de criatividade, persistência e espírito de luta pela defesa das culturas regionais, face a uma globalização desenfreada e, tudo indica, imparável, nunca perdendo de vista a importante missão de fazer a ponte entre o Alentejo e os alentejanos que, por motivos de toda a ordem, dele partiram.

Este texto não pretende ser mais do que um modesto contributo para a preservação da memória, considerando meu dever, porque fui o último director da R.A., e porque continuo a acreditar nos princípios que enformaram o seu projecto, agradecer a todos os que, ao longo dos anos, de algum modo, colaboraram/participaram na sua feitura.

Os nomes são muitos e bons. Já falei em alguns, embora poucos, mas não posso deixar de mencionar a Ana Fonseca, a Isabel de Carvalho, o Manuel Geraldo e o Victor Paquete.

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Termino lembrando-me da Fénix, convicto de que a lenda se voltará a cumprir.

Luís Jordão

 

 
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