PREFAÇÃO
COMO o assunto principal deste estudo é a recente consrução da nova igreja de Madaíl, julgo conveniente
falar, no mesmo estudo, da acção da Igreja através
dos séculos, para maior apreciação e conhecimento
do assisado e bondoso povo de Madaíl que, com fé e confiança, sabe dedicar-se à defesa da causa de Deus e da sua
Igreja.
A vista do exposto:
A Igreja de Madaíl que acabou de ser edificada e, a
seguir, inaugurada, é para o povo da terra vivo e vindouro prestar culto
ao verdadeiro Deus, servir de sustentáculo da
sua crença católica, e manter intacta a Religião e a Fé Cristã
que herdou dos seus antepassados.
A Igreja, em todas as freguesias, seja de que país for, é
uma herança que lhes veio dos seus ascendentes.
A Igreja é tão necessária ao homem como o pão para o
seu alimento.
Dentro da Igreja todos são considerados iguais; e assim vemos ajoelhados
dentro dela: os filhos ao lado dos pais, os pobres ao lado dos ricos; o
operário ao lado do patrão e os
novos ao lado dos velhos, porque a Igreja é um lar bendito
de todos e para todos.
E a propósito:
Os povos europeus de todos os tempos, tanto antigos e
medievais, como modernos, deram provas de amor à Religião e à Igreja evangelizadora, herança que emana da longa
série dos seus avoengos.
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I
RELIGIÃO CRISTÃ
a) A Basílica de S. Pedro, em Roma, foi edificada no
ano de 324. Constantino Magno escavou os alicerces, e transportou aos
ombros 12 cestos de terra em honra dos 12 Apóstolos.
b) Carlos Magno. Este campeão do cristianismo distinguiu-se, no seu tempo, em adoçar o carácter e os costumes dos
bárbaros do norte que, no século V, tinham invadido o Império Romano do
Ocidente, resultando daqui o ressurgimento moral e religioso da Europa.
c) Cavaleiros cristãos que defenderam a Religião pelas armas. Os árabes,
depois de terem passado os Pirenéus e
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invadido a Península hispânica, tentaram subjugar a Gália, mas foram
repelidos em diversas partes pelos seguintes Cavaleiros cristãos:
− Pelágio, parente de Rodrigo, que tinha sido rei visigodo e cristão.
− Afonso VI, de Leão, e I de Castela, auxiliado pelo seu
general D. Rodrigo de Bivar.
− Carlos Martel, em Poitiers.
− Otão (O Grande), na Alemanha e Alta Itália.
− Uniade, na Transilvânia húngara.
− D. Afonso Henriques, em Portugal.
II
IGREJA EVANGELIZADORA
Foi a Igreja que, pela evangelização, converteu os
seguintes povos bárbaros:
No século V, a Igreja converteu os Francos;
No século VI, a Igreja converteu os Anglo-Saxões;
No século VIII, a Igreja converteu os Alemanos, Bávaros e Turíngios;
No século IX, a Igreja converteu os Escandinavos,
Eslavos e Polacos;
No século X, a Igreja converteu os Eslavos da Rússia;
Nos séculos X e XI, a Igreja converteu os Húngaros;
No século XIII, a Ásia foi convertida pelos Dominicanos
e Franciscanos;
No século XVI, a Igreja converteu os os povos do Oriente por S. Francisco
Xavier.
Como fica dito, tem sido sublime a acção da Igreja através dos séculos.
Nos tempos medievais, a Igreja teve de ser defendida pelas armas e,
depois, foi a própria Igreja quem evangelizou, com espírito pacífico e
alegre, os povos submetidos pelos' cavaleiros cristãos acima nomeados.
Que o povo de Madaíl, para Honra e Glória sua, mantenha sempre
a sua igreja com um
amor doce e puro, e que se dedique às coisas da Religião Cristã, são os
desejos sinceros do
P.e JOÃO DOMINGOS
AREDE
Abade aposentado de Cucujães
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