I
O FAMILIAR DO SANTO OFÍCIO
BENTO DE MARIZ- PINHEIRO
A
INCONSTÂNCIA em negócios de amor, é de todos
os tempos...
Bento de Mariz Pinheiro era natural de Aveiro e lá residia quando, em certo dia, lhe ocorreu entrar para o Santo
Ofício como familiar. E como nesse particular deveria ter sido uma
criatura de resoluções rápidas, não demorando em reflexões ou
hesitações, meteu no temível tribunal a sua petição, declarando que para
isso tinha os requisitos necessários, os nomes dos pais e avós e tudo o
mais que era dos cânones.
A pretensão foi bem encaminhada, porque Bento amigo
−
e calculo eu que
cheio de regozijo e empáfia
−
teve nas mãos a carta em pergaminho com a
data de 30 de Outubro de 1700, ostentando pendente de fita verde o selo
vermelho da Santa Inquisição.
Na petição inicial declarou ele que era filho de Miguel de Mariz
Pinheiro, natural de Avelãs de Cima, e de sua mulher Tomásia da Fonseca,
natural de Aveiro; neto paterno de Manuel Pinheiro de Mariz, também
natural de Avelãs de Cima, e de sua mulher Maria Belo, natural do
Crato (Alentejo); e neto materno de Pedro de Avelar e de sua mulher Maria
de Almeida, ambos naturais de Aveiro, então ainda vila.
Vamos agora demonstrar a versatilidade de Bento de Mariz Pinheiro, pelo
menos nas suas inclinações amorosas. Vejamos:
Quando requereu a sua admissão como familiar declarou que estava para
casar com Joana Travassos de Vasconcelos;
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162 /
depois dirigiu nova petição ao Santo Ofício pedindo licença
para se casar com Brites Godinho; mais tarde voltou a solicitar autorização para se unir matrimonialmente com D. Teresa
Feliciana de Oliveira Mascarenhas, e ainda depois voltou a importunar o
Tribunal da Inquisição com nova petição para
o fazer com D. Maria Santiago Ferreira!!!
Por cinco vezes, e em um espaço de tempo relativamente
pequeno, fez o ilustre familiar com que os inquisidores andassem numa
roda viva de inquirições para averiguarem se cada
uma daquelas citadas senhoras era, por si e pelos seus pais
e avós, inteiros cristãos velhos limpos de limpo sangue e
geração, sem raça nem descendência de judeu, mouro,
mulato, mourisco ou de outra alguma infecta nação dos
novamente convertidos à nossa Santa Fé Católica.
Esses trabalhos eram sempre minuciosos, exigiam largo
esforço aos investigadores e levavam muito tempo para chegar a seu termo.
Da primeira, Joana Travassos de Vasconcelos, declarou
Bento Mariz que foram seus pais João Travassos da Costa,
natural de Pereira, e sua mulher Marciana de Vasconcelos,
de Verdemilho, termo de Ílhavo; neta paterna de Manuel
Travassos, da vila de Pereira, e de sua mulher Serafina
Moniz, de Penela, e neta materna do licenciado Manuel
Mendes de Barbuda e Vasconcelos, natural de Verdemilho, e de sua mulher
Maria Gomes, de Aveiro.
Este Manuel Mendes de Barbuda e Vasconcelos foi um
conhecido poeta da escola espanhola, e magistrado, que
nasceu em Verdemilho em 15 de Agosto de 1607 e faleceu
a 30 de Março de 1670. Teve carta de brasão, passada em
Abril de 1646, como se vê no n.º 368 dos «Brasões Inéditos»
do Dr. JOSÉ MACHADO.
Do avô paterno de Joana Travassos também tenho notícias: era filho de Nuno Velho Travassos Pimentel e a mulher,
a primeira por sinal, Serafina Moniz Barbosa, foi filha de
Diogo Moniz Falcão e de Catarina Leite Barbosa. O filho,
João Travassos da Costa, casou três vezes e a terceira mulher foi D.
Emerenciana (no processo do Santo Ofício vem Merciana) da qual a mãe se
chamava Maria Gomes da Luz.
Estes Travassos, de Pereira, tiveram ligações de parentesco
com os Saraivas Picados e Barretos Ferrazes, de Aveiro,
com os Morais de Brito, de Coimbra, com os Ferrazes Pinho
de Novais, de Tentúgal, etc., etc. Talvez volte ao assunto
mais detalhadamente.
Em 30 de Maio de 17°5 foram aprovadas pelo Santo
Ofício as diligências a respeito de Brites Godinho, a segunda
das inclinações amorosas conhecidas do familiar Bento de
Mariz. Declarou ele que essa senhora era filha de Agostinho Coelho de Figueiredo, familiar do Santo Ofício, e de
/ 163 /
sua mulher Maria de Resende e Paiva, já então falecidos, moradores que
tinham sido em Esgueira. Em «A minha ascendência pelos Godinhos» já
disse algo de Agostinho Coelho de Figueiredo.
De D. Teresa Feliciana da Silveira Mascarenhas, a terceira noiva oficial
do famigerado familiar Bento de Mariz, diz ele que era natural da
freguesia de S. Tiago de Besteiros, bispado de Viseu, filha legítima de
João Pereira de Mascarenhas e de Mariana Cardoso de Mesquita, naturais e
moradores na dita freguesia, neta paterna do Dr. Manuel de Mascarenhas,
também de S. Tiago de Besteiros, e de sua mulher D. Maria Pereira de
Eça, natural de Aveiro; neta materna de António Cardoso Castelo Branco,
de Viseu e morador na sua quinta de Souto do Rei, e de sua mulher Maria
de Mesquita Correia, natural da freguesia do Salvador
de Castelhanos (Besteiras).
As diligências para esta foram aprovadas pelo Santo
Ofício a 29 de Maio de 1717.
Também a família de D. Teresa me não é desconhecida, e tem, até,
parentesco comigo; veja-se o meu livro Mouras Coutinhos, de Esgueira, e
tudo lá está detalhado.
A quarta noiva do exigente familiar foi, como se disse, D. Maria
Santiago Ferreira, e declarou ele que ela era natural de Aveiro e
moradora em S. João da Torre, filha de João Lopes Fig.ueira e de sua
mulher Maria Ferreira, naturais e moradores na freguesia do Espírito
Santo de Aveiro; neta paterna de Francisco Lopes Figueira, da mesma
freguesia, bem como sua mulher Isabel Migueis; neta materna de Sebastião Álvares. também da mesma freguesia de Aveiro, e de
sua mulher Isabel João, de Oliveira do Bairro, freguesia de S. Miguel
Arcanjo, do bispado de Coimbra.
Desta não encontro outra qualquer notícia.
Em nenhuma das suas petições Bento de Mariz se diz
viúvo. Decerto não teria sido casado com essas quatro mulheres, mas
creio que pelo menos casou com D. Teresa Feliciana da Silveira
Mascarenhas. O genealógio que aqui deixo copiado dá-o como casado e
que morreu sem geração. Se encontrar mais firme averiguação depois
direi.
O avô paterno do familiar, Manuel Pinheiro de Mariz, herdou de seu
irmão Sebastião de Mariz
−
que foi escrivão da Câmara de Aveiro
−
um
morgado com capela em Aveiro, que tinha sido instituído pelo tio
paterno de ambos, Gonçalo Ferreira Pinheiro, casado com Maria Teresa
Tavares. Manuel Pinheiro de Mariz foi filho de Miguel Ferreira de Mariz,
que viveu em Aveiro e herdou de seu Irmão Gonçalo a tal capela; casou
com Teresa de Mariz (certamente sua parenta), filha
do desembargador Sebastião de Mariz e de Ana de Morais, filha de Gonçalo
de Morais Mesquita.
/
164 /
Este Miguel foi filho de Martim Ferreira da Maia, cavaleiro da Ordem de
Cristo e desembargador da Suplicação, casado com Maria Leite, filha de
Miguel Leite Ferreira, e depois com Brites Pinheiro, filha de Gonçalo
Pinheiro de Mariz e de Ana de Vilas Boas, filha de Miguel Anes de Vilas
Boas. Deste segundo casamento nasceu Miguel.
Os pais de Martim Ferreira da Maia foram Gaspar Ferreira Viegas e Luísa
da Maia, filha de Gomes Ferreira da Maia, isto segundo reza o genealógio
que por cópia ficou apenso.
Bento de Mariz Pinheiro foi deputado da mesa da Misericórdia de Aveiro
em 1693, 1699, 1704, 1707, 1709 e 1714; escrivão em 1705, 1706 e 1709 e
provedor em 1720, do que parece não ter tomado posse por ter falecido.
O pai, Miguel de Mariz Pinheiro, foi escrivão na mesa de 1666 e deputado
nas de 1667, 1672, 1675, 1681 e 1683.
/
166 /
II
MOTAS, ADMINISTRADORES
DA CAPELA DE SANTO AMARO DE VILAR
Temos à frente desta coorte de Motas, como o mais
antigo de que encontro notícia, o muito ilustre Cosme Dias, instituidor
da capela de Santo Amaro de Vilar, perto de
Aveiro, como consta de seu testamento feito a 6 de Outubro de 1577.
Cosme Dias casou, dizem
−
mas não dizem o nome da consorte
−, e teve dois filhos: o muito reverendo padre José
da Mota, que teve a administração da referida capela, e
Manuel Dias da Mota, que casou
−, não se sabendo também
com quem
−
e deste foi filha:
Branca Manuel da Mota, administradora da capela como
consta do testamento feito em Aveiro em 1659. Casou na
freguesia de S. Miguel com Francisco Tomás, escrivão do
tombo da casa de Aveiro, filho bastardo de um rendeiro e de
uma Maria André, solteira, que depois passou ao Brasil, pelo
que posteriormente, quando regressou, ficou conhecida pela brasileira, casando então com um homem de Arada alcunhado
o Esgueirão, de quem teve filhos. Filhos:
−
Manuel da Mota, baptizado em S. Miguel
a 25-3-1604; sucedeu na capela e foi escrivão do tombo
da casa de Aveiro.
−
Francisco da Mota, baptizado a 22-5-1605; também
foi escrivão do tombo e casou em Montemor-o-Velho com
Andreza do Monte, de quem teve o padre Manuel da
Mota, presbítero de S. Pedro, que morreu em Verdemilho.
−
Maria da Mota, baptizada a 4-10-1669; morreu
solteira em Verdemilho na sua quinta de Senilho da
Lomba, em cuja capela, se mandou enterrar como consta
no testamento que fez a 21-10-1669.
−
Brites, baptizada a 12-1-1612, que parece ter
morrido criança.
−
Isabel da Mota, baptizada a 10-3-1616. Casou
duas vezes, a primeira em Aveiro com o capitão Mateus
Gonçalves Barbosa, e a segunda em Soutelo com Manuel Tavares, filho de
Simão Tavares, escrivão em
Aveiro, sem geração, o que tudo consta do seu testamento de 18-4-1674. Morreu
em 13-12-1687.
−
Brites de Gouveia, baptizada a 10-2-1614.
/
167 /
−
Antónia, baptizada a 20-8-1618.
−Catarina da Mota, baptizada a 26-11-1621, solteira.
−
Filipa de
Gouveia, baptizada a 3-5-1623; casou
com Francisco Coelho de Sampaio e viveram em Verdemilho, como consta
do seu testamento feito em 1695.
−
Domingos da Mota, segue.
−
Domingos da Mota. Não se achou o assento do seu baptizado por faltarem
os livros de 1626 a 1632. Viveu na freguesia de S. Miguel de Aveiro,
onde foi tabelião de notas. Casou duas vezes, a primeira com N... e a
segunda com Luísa da Costa, da freguesia de S. Gonçalo de Aveiro, irmã
de Maria da Costa, mulher de Bartolomeu Pinheiro (que era
ourives e filho de André Fernandes e de Ângela Pinheiro) e elas filhas
de António Gomes, da freguesia de S. Gonçalo, e de sua mulher Maria
Borges, da mesma freguesia. Filha:
−
D. Maria da Encarnação de Gouveia, segue.
−
D. Marta (ta Encarnação de Gouveia, mulher de José Pereira da Silva
Pacheco de Bulhões, senhor do morgado de Mataduços, filho de Francisco
Egas Botelho de Bulhões, senhor do citado morgadio, irmão de Nicolau da
Silveira Bulhões, naturais de Esgueira, e de sua mulher D. Maria Pacheco
Mascarenhas, natural de S. Miguel do Outeiro, filha de Francisco Pacheco
Mascarenhas
−
que morreu degolado
por ter morto o corregedor de Viseu, Pascoal Nunes Lobato
−
e de D. Ana de
Figueiredo, sua mulher. Filha (e não sei se houve outros):
−
D. Luísa Pereira da Silva e Bulhões; casou com Luís Pais Corte-Real,
baptizado a 5-12-1699, filho de Bartolomeu da Silva Corte-Real de Abreu
e de sua mulher D. Jerónirna de Almeida da Costa Bettencourt, filha de
Miguel Ferreira Bettencourt, do Funchal, e de Francisca da Costa de
Almeida, filha esta de Augusto de Almeida Alcoforado e de Joana da
Costa Ribeiro, irmã de Luís da Costa Ribeiro, escrivão da câmara de
Esgueira. Aquele Bartolomeu da Silva Corte-Real vinha dos Bonichos e
também descendia de João Nunes Cardoso, o rico de Aveiro, de quem eu
também descendo, tendo sido ele meu 11.º avô. Filhas:
−
D. Gerarda (ou Bernarda) Joaquina Corte-Real,
religiosa do Convento de Sá, em Aveiro.
− D. Luísa Bernarda,
que foi abadessa do mesmo
convento.
/
168 /
lII
OS VIEIRAS GUEDES AVEIRENSES
Diogo Vieira Guedes, cavaleiro-fidalgo (diz LUÍS DA
GAMA, mas não o encontro citado no «Diccionário Aristocrático» de JOÃO
CARLOS FEO), juiz das cisas e das dízimas do pescado de Aveiro, morava
na rua de Santa Cruz, freguesia
de Vera Cruz, e lá morreu a 23 de Novembro de 1649, tendo
sido sepultado em frente do altar de Nossa Senhora da Luz em sepultura
própria, como consta do respectivo livro de
óbitos. Casou em Aveiro com Ana Ribeiro, que faleceu
a 24-11- 1628 e jaz na sepultura de seu marido. Filhos:
−
Maria Ribeiro, baptizada a 4-5-1597 e faleceu solteira a 28-10-1624 e jaz ao lado de seus pais.
−
Catarina Ribeiro, baptizada a 26-5-1600 e morreu a 19-12-1610.
−
Francisco Vieira Guedes, segue.
−
António Vieira Guedes, baptizado a 19-11-1605.
−
Miguel Vieira Guedes,
segue depois.
−
Pedro Vieira Guedes, baptizado a 12-7-1610.
−
Ana Ribeiro, baptizada a 3-7-1612 e foi madrinha
sua avó Maria Ribeiro.
−
Francisco Vieira Guedes, baptizado na freguesia de
Vera Cruz a 20-7-1602. Seguiu as armas e foi valente soldado; achou-se na guerra de Ceuta, foi capitão da guarnição
nas armadas da Costa, entrou na acção de Valverde no Alentejo e
participou na incursão que o nosso exército fez na Galiza. Por esses
serviços lhe foi dada a alcaidaria-mor
do castelo da Lapela e o hábito do Cristo com 30.000 réis de tença
(alvará de 28-4-1667). Casou em Viana do Castelo com D. Joana Velho.
Filhos:
−
Nuno Vieira Guedes, segue.
−
Miguel Vieira Guedes, que casou em Aveiro
a 5-111690 com D. Maria Saraiva de Vila Lobos (viúva do mestre-de-campo
Nicolau Ribeiro Picado), filha de
João de Figueiredo, de Mogofores, e de sua mulher Catarina Lobo de
Oliveira, neta paterna de Bastião de
Figueiredo e de Maria Ribeiro, e materna de. Domingos
Dias de Vila Lobos e de sua mulher Maria da Luz Saraiva; sem geração.
−
Fernando Vieira Guedes, segue adiante.
−
Nuno Vieira Guedes, capitão de infantaria. Viveu em
Viana do Castelo na freguesia de Nossa Senhora de Monserrate
/
169 / e lá casou com D. Brites Maria de Bastos, filha de
Vicente de
Bastos, tenente da fortaleza de Viana, e de sua mulher Maria da Costa
Pereira. Filhos:
− Francisco Vieira Guedes, baptizado na freguesia de Monserrate a 3-10-1673, sem geração.
−
D. Maria Guedes de Vasconcelos, que foi a herdeira, e que casou
com seu tio Belchior Correia de Vasconcelos, natural de Aveiro, de quem
adiante se dirá
− D. Josefa Teresa de Vasconcelos, que morreu sem
geração.
_______________________
− Miguel Vieira Guedes, filho de Diogo Vieira Guedes
e de Ana Ribeiro, nasceu em Aveiro e foi baptizado na freguesia de Vera Cruz a 15-2-1608; foi juiz das cizas e dízimos
dos pescados, em Aveiro, por alvará de 20-12-1649, e ali casou com
Brites Soares de Vasconcelos. Filhos:
− D. Ana de Belém, baptizada a 27-10-1635,
freira
de Jesus.
− D. Maria Soares, baptizada a 6-3-1638; faleceu a 5-10-1658 e jaz em S.
Domingos na sepultura de seus
avós (S. Domingos ?).
−
Belchior Correia de Vasconcelos, segue.
− D. Isabel, baptizada a 2-1-1645, freira em Jesus.
- D. Madalena,
baptizada a 21-2-1650, idem.
− D. Joana, baptizada a 11-5-1653, idem.
− Manuel, baptizado
a 6-3-1659.
- Belchior Correia de Vasconcelos viveu em Aveiro,
onde foi baptizado a 13-12-1640. Casou a primeira vez a 2-10-1671 com D.
Maria de Vila Lobos, filha de Domingos Dias de Vila Lobos e de sua
mulher Maria da Luz Saraiva, de quem parece não teve geração; e casou a
segunda vez em
Viana do Castelo, por procuração passada a Pedro Vieira
Guedes, com sua segunda sobrinha D. Maria Guedes de Vasconcelos, atrás
nomeada, filha de Nuno Vieira Guedes, capitão de infantaria, e de sua
mulher D. Brites Maria de Bastos. Tiveram uma filha, D. Brites do Menino
Jesus, baptizada a 8-9-1691, que morreu sendo religiosa no convento de
Jesus em Aveiro.
______________________
− Fernando Vieira Guedes, filho de Francisco Vieira Guedes e de D. Joana
Velho, foi sargento-mor de infantaria na praça de Viana, e casou na
mesma localidade
− então vila
−
freguesia de Monserrate, com D. Isabel
Maria Maciel, filha de Ventura Parente Braga e de sua mulher Margarida
Maciel, da mesma freguesia de Monserrate. Filho:
−
António Vieira Guedes da Fonseca, cavaleiro da Ordem de Cristo e
capitão da guarnição de Viana, onde
/ 170 /
casou com D. Ana Maria Rosa Campelo, filha de Manuel
Rodrigues Campelo e de Rosa Micaela Teresa, de Monserrate. Filhos:
− Fernando António Vieira Guedes, segue.
− António Vieira Guedes.
− Francisco Vieira Guedes.
− João Vieira Guedes.
− D. Maria Rosa Vieira Guedes.
− D. Rosa Josefa Vieira Guedes.
−
Fernando António Vieira Guedes, foi tenente-coronel
do regimento de infantaria de Monção (isto em 1788) que guarnecia a
praça de Viana e casado com D. Ana Josefa de Sá Gondim e «athe o prez.te não tem sucessão», escreveu o
capitão-mor de Aveiro, Luís DA GAMA.
Acerca destes Vieiras Guedes encontro no Portugal
Antigo e Moderno, de PINHO LEAL, voI. 10.º, pág. 359, esta
referência entre outras a diversas casas nobres de Viana do
Castelo ali citadas:
«Vieiras Guedes. Vivia esta família na rua dos Manjovos e tornou-se distinta nas armas. No tempo da guerra
de Carlos III era seu chefe Fernando Vieira Guedes, sargento-mor de infantaria paga, que foi ajudante de sala dos
generais conde de Alva e marquês de Angeja. Seu filho, António Vieira
Guedes, seguiu também as armas, foi cavaleiro de Cristo, e faleceu em 1776, sendo coronel de infantaria. Foi casado com D. Ana Rosa Campelo, de quem
entre outros filhos teve a Fernando António Vieira Guedes,
que, seguindo também as armas, foi como seu pai coronel
de infantaria e faleceu em 1792, tendo sido casado com sua
prima D. Ana Josefa de Sá Gondim. Hoje em Viana não
tem representação esta família.»
FRANCISCO DE MOURA COUTINHO
(Publicação póstuma)
NOTA DO COMPILADOR
Com estas três ligeiras noticias se dá por finda, a publicação da
primeira série das «Genealogias do Distrito de Aveiro», que, mercê da
generosa hospitalidade oferecida pelo Arquivo, saíram do
anonimato e se salvaram de uma possível perda.
Não se garante ou promete a sua continuação, que fica dependente de
várias circunstâncias embora se tencione fazer as possíveis diligências
nesse sentido.
À
Excelentíssima Direcção do Arquivo do Distrito de Aveiro, que tão
generosamente tomou a iniciativa da publicação e pacientemente tem feito
a revisão das provas, os protestos da minha perene gratidão.
FILIPE GASTÃO DE MOURA COUTINHO
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