O ARQVIVO DO DISTRITO DE
AVEIRO dará sempre notícia das obras à sua Redacção enviadas quer por
autores quer por editores.
De harmonia com a prática
seguida pelas publicações suas congéneres, fará também algum comentário
crítico aos livros de que receba dois exemplares.
Açoreana. Angra do
Heroísmo. N.º 3, voI. III, 1944.
A Grã-Bretanha de Hoje. Oxford.
N.os 83 a 86.
Arquivos de Angola. Luanda
N.º 8, 2.ª série, 1944.
Arquivo do Alto Minho. Viana do Castelo.
N.os 1 e 2.
Boletim da Associação da Filosofia Natural. Porto. N.os 5 e
6.
Boletim de Trabalhos Históricos. Guimarães.
N.os 1 e 2, voI. IX.
Estudos. Coimbra. N.os 236 a 239.
Revista de Guimarães. Guimarães. N.os 3-4, voI. LIV.
Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira,
n.º 2, vol. II.
Portucale, n.os 101 a 104. Porto.
Seara Nova, n.º 932. Lisboa.
GASPAR SOARES DE CARVALHO −
Observações para a interpretação da tectónica da região de Oliveira de Azeméis (Distrito de Aveiro). Coimbra, 1945.
−− Observação de um corte de terreno na cidade de Coimbra. Coimbra, 1945.
−− Notas sobre sedimentação. Coimbra, 1945.
J. CARRINGTON DA COSTA − Subsídio para o estudo do género «Homalonotus»,
Porto, 1940.
−− Alveolinídeos do Cenomaniano de Portugal. Porto, 1940.
CARLOS TEIXEIRA − Estudos sobre Paleobotânica portuguesa. Porto, 1940.
Biblioteca Nacional de Lisboa
− Guia de Portugal, 3.º vol. Beira
Litoral,
Beira Baixa, Beira Alta, Lisboa, 1944.
GEORGES ZBYSZEWSKI − Nouveaux éléments pour l'étude du quaternaire de la
vallée du Tage. Extracto dos Anais da Fac. de Ciências do Porto.
ERCÍLIA PINTO, A Poesia da Guerra. Coimbra. 1945
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GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA
Continuamos acompanhando com o maior interesse esta valiosa
publicação, que atingiu a letra I. Mantém-se o elevado nível dos seus
artigos científicos, qualidade que desde o início lhe assinalámos e que
valoriza grandemente o conjunto.
Mais desigual na colaboração histórica e regionalista, a
Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira marca, todavia, uma época na
história
da cultura nacional digna de ser posta em relevo; em circunstância
alguma, aliás, se deve esquecer que a perfeição absoluta é ideal
praticamente inatingível, e que todo o honesto esforço de realização
merece louvor e incitamento.
ARLINDO DE SOUSA − Cancioneiro de Entre Douro e Mondego (Douro Litoral e
Beira Litoral), Lisboa, Livraria Bertrand, s. d. (1945).
Comunicação originariamente apresentada ao 18.º Congresso Luso-Espanhol
para o Progresso das Ciências, que se realizou em Córdova em Outubro de
1944, este interessante voluminho de um milhar de trovas destina-se,
segundo declaração expressa do seu coleccionador, a iniciar «a
publicação da poesia popular de Entre Douro e Mondego».
Publicação sistematizada, deveria ter-se acrescentado (embora
discordemos de parte da nomenclatura adoptada); pois noutra forma se é
levado a crer que pela primeira vez se trazem a público quadras
populares da região, o que, evidentemente, não corresponde à realidade;
por muito pouco estudado que o folclore de Entre Douro e Mondego esteja,
ele não é bem o bosque cerrado, inexplorado, que por aquelas palavras
liminares se pode ficar supondo.
«Percorri quase toda a região do Douro-Litoral e Beira-Litoral», escreve
o coleccionador dando conta da forma prática pela qual realizou
parte da sua recolha. «Fui a todas as grandes romarias. Acompanhei muitas remaldeiras. Frequentei, com assiduidade, os terreiros, aos
domingos.
Não faltei nunca a um linhar, segada, espadelada ou esfolhada. Assisti a
muitos desafios de cantadeiras e cantadores afamados. Consultei
benzedeiras e curandeiros. Entrevistei sacerdotes. Pedi a muitos
mendigos. Ocultei-me muitas vezes nos pinhais e entre os milhos altos do
verão, para
surpreender, em flagrante, os doces cantares das moçoilas, pois cada cantiga compreende-se melhor com a intonação própria da cantadeira.»
Não há senão que louvar tão escrupulosos processos de trabalho; não
ficaria mal, contudo, tê-los completado com a consulta da literatura e
da história regionais, dispersas em volumes monográficos, jornais,
revistas, e nos velhos almanaques da Província e até da Capital,
arquivos de abundantes e valiosas notas etnográficas e folclóricas do
Povo português que muito importa não esquecer.
O coleccionador promete, para momento oportuno, «um opúsculo
complementar de nótulas etnográficas, filológicas e tópicas». Com a mais
justificada curiosidade o aguardamos. Vai sendo tempo de proceder ao
indispensável estudo comparativo do nosso folclore, observar a migração
das ideias e expressões populares, inferindo daí as interpenetrações
populacionais ou simplesmente culturais que o fenómeno comporte e que, por
sua vez, o expliquem.
Mas como o próprio coleccionador reconhece
− e muito bem − que «um
cancioneiro não deve ser um depósito de cantigas onde apenas se
guarde», e como, por outro lado, não escasseiam cancioneiros populares
portugueses, quer regionais quer gerais, de antemão nos regozijamos pelo
magnífico contributo cultural que tal estudo complementar trará ao folclore e à história
da região que todos nos propomos servir.
R. M. |