F. de Moura Coutinho, Pedro Vaz de Eça, Vol. X, pp. 63-76.

PEDRO VAZ DE EÇA

PEDRO, ou Pero, Vaz de Eça foi o fundador da casa dos Eças em Esgueira e, seguindo as contas do meu 3.º avô, Francisco Caetano da Gama de Sequeira Coutinho de Almeida de Eça e de Baltasar de Sousa Colmieiro de Teles Távora, ambos genealogistas, foi meu 11.º avô.

No tempo do rei D. Manuel (1469-1521) viveu naquela localidade, então vila, e o seu nome vem consignado no foral que em 1515 lhe deu aquele monarca, valioso documento que hoje se guarda no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, sala B, estante 54, e que JOÃO MARTINS DA SILVA MARQUES, com um interessante artigo que antecede a transcrição, publicou no 1.º volume do Arquivo do Distrito de Aveiro. Tem a data de 8 de Junho de 1515 e, depois da nota do registo no tombo por (Fernam de pyna», lê-se no códice o seguinte:

«Aos dous dias do mes de septembro do ano do nacimento de noso senhor Jehsu Christo de mjll e bcxbj anos em a vylla desgueira no paço do conçelho em camara della mesma sendo hi joham gyraldez jujz do cryme E andre annes jujz do çiuel pero aluarez e Joham dyz uereadores e Joham pirez rrecebedor do concelho e gonçalo coelho escudeiro fydalgo e Joham gyll o nouo e Joham gyll o uelho e amdre fernandez ofyçiaes que foram o ano pasado e afonso anes da pouora e gonçalo pachequo e a mor parte do pouo que foy chamado por pregões e asy estando hy o dito gonçalo coelho ouydor da dita senhora abadesa e pero uaaz e afonso ffernandez cryado da dita senhora e seu feytor em a dita ujlla chegou a dita casa bras de ssequeyra escudeiro morador em a ujla daueyro e apresentou hum regimento asynado por el Rey noso senhor que se leeo na dita camara pruuicamente a todos e asy apresentou este forall e outro que pruuicamente se leo todollos de verbo a verbo e lydo e proujcado como dito é emtregou logo aos ditos pero / 64 / vaaz e afonso fernandez cryado e feytor da dita senhora abadesa e requereu que ergardasem e comprisem o dito forall como nelle se contynha e que lhe pagasem bijelix reaes que se montou nas custas delle.

Testemunhas que foram presentes Joham aluarez escudeiro e lopo fernandez tabeliam E escriuam da camara e crystouam rabello e outros e eu espriuam que a tudo fuy presente esto assyney

Andre annes jujz Joham giraldez jujz pero vaaz deça Joham diz uereador Joham piriz rrecebedor pero aluarez uereador Joham gill andre fernandez goncalo coelho ouydor christouam Rabello Joham alures...»


Lá está duas vezes repetido o nome de «pero uaaz» − Pero Vaz − e depois assinado «pero uaaz deça» − Pero Vaz de Eça, criado da abadessa do mosteiro do Lorvão, que era donatário da vila de Esgueira; mas a palavra criado não tinha então o significado de Servo que hoje tem; queria dizer que era da criação da abadessa.

Por aquele tempo era abadessa de Lorvão a célebre D. Catarina de Eça, e aqui temos um facto que não contradiz, antes serve de concordância, ao que escreveram os dois linhagistas atrás citados, que Pedro, ou Pero Vaz de Eça foi filho de uma recolhida do mosteiro de Lorvão, de nome Isabel Vaz, e de D. Pedro de Eça. É possível que Isabel Vaz tivesse sido religiosa e que depois, para suavizar o escândalo, lhe chamassem recolhida; mas certo é, di-lo a história, que o mosteiro de Lorvão se converteu, por aquela época, numa casa de devassidão em que tiveram primacial papel os Eças.

Assim, D. Pedro de Eça teve amores com Isabel Vaz e esta, logo que se patenteou o seu estado de gravidez, foi mandada para Esgueira e lá nasceu Pedro Vaz de Eça que fundou nessa terra um ramo bastardo daquela família de tão alta prosápia mas que, pelos seus desvarios, se rebaixou e afundou, afastando-se da preeminência a que o seu sangue lhe dava direito.

O convento de Lorvão, de criação muito remota, foi primeiro dos frades beneditinos; depois, D. Teresa, filha de D. Sancho I, tendo sido anulado o seu casamento com Afonso lX, de Leão, resolveu passar o resto da vida em clausura e escolheu o mosteiro de Lorvão para ali se recolher em comunidade de freiras da ordem de S. Bernardo, pedindo a seu pai para de lá expulsar os monges beneditinos que tão graves escândalos estavam dando. Em 24 de Dezembro de 1200 foi o rei a Lorvão fazer entrega do convento à infanta D. Teresa. / 65 / [Vol. X - N.º 37 - 1944]

Em 1899, LINO DA ASSUNÇÃO publicou em Coimbra um livro a que deu o título de As Freiras de Lorvão, em que se refere largamente ao convento, não deixando de narrar os escândalos que por lá praticaram pessoas da família dos Eças. Há muito que li este livro; agora não o possuo mas procurarei tornar a lê-lo pois é possível que lá encontre algo que a esta nótula interesse(1).

Da abadessa de Lorvão, D. Catarina de Eça, teve filhos Pedro Gomes de Abreu − como é sabido − e daí se pode inferir da moralidade e rigidez da clausura que então era observada naquele convento, não sendo para admirar que um irmão da abadessa (pois creio que o pai de Pedro Vaz de Eça fosse D. Pedro de Eça, alcaide-mór de Moura) tivesse amores com uma recolhida, ou mesmo com uma freira, e que esses amores fossem patrocinados e encobertos pela própria abadessa do convento.

Na descendência de D. Fernando de Eça, senhor de Eça, na Galiza, há vários Pedros, mas pela computação dos tempos o que mais se me afigura ter sido o pai de Pedro Vaz de Eça é o D. Pedro, um dos muitos filhos de D. Fernando, que foi, como já disse, alcaide-mór de Moura e que morreu em 1492, apontando-lhe D. ANTÓNIO CAETANO DE SOUSA na sua História Genealógica da Casa Real diversos filhos legítimos e alguns ilegítimos, mas não falando em Pedro de Eça, o que não admira no meio da grande confusão genealógica que há nesta família a partir do seu cipo D. Fernando de Eça, que teve tantos filhos e de tão variadas mulheres que não se podem descriminar com rigor.

O que tenho dito não é tudo o que sei a respeito de Pedra Vaz de Eça; há ainda um documento importantíssimo, O epitáfio da sua sepultura na igreja de Esgueira.

Nas Memorias Sepulchraes da Lusitania, manuscrito de MONTEZ MATOSO, entre outros epitáfios que cita, existente na igreja de Esgueira, «Parrochia de S. André de Esgueira», como ele escreveu, há este:

«Sep.ª de P.º Vaz de Sáa, Fidalgo da Caza DeI Rey, filho de D. Pedro de Saa, seu bisneto, senhor, e Admor / 66 / desta Cap.ª e de sua m.er Anna Barboza, faleceu a 8 de Novembro de 1613.» À margem: «Sobre a Capella, onde está, tem Armas de Sás.»

Ou o manuscrito de que tirei esta cópia estava errado (era uma cópia do trabalho de MONTEZ MATOSO ), ou este autor deturpou os dizeres do epitáfio:

1.º − Chamava-se o sepultado Pedro Vaz de Eça e não de Sáa;

2.º − Nunca foi casado com Ana Barbosa que, como veremos, foi a mulher de um seu bisneto;

3.º − Se Pedro Vaz de Eça em 1515 já devia ter sido criatura de certa idade, como disse, como é que, qual Matusalem, faleceu a 8 de Novembro de 1613, com certeza com bem mais de um século de existência?

Felizmente ainda existe na igreja a pedra sepulcral que foi arrancada do sítio que lhe pertencia e agora está a servir de degrau na capela do Santíssimo, e para isso lhe cortaram parte dos dizeres no princípio, até à quarta linha, por causa do cunha! da capela, e a atravessaram com uma teia. É uma grande pedra com caracteres romanos, indo a altura das letras de 0,06 a 0,07.

Com o que deixo transcrito do MONTEZ MATOSO podem-se reconstituir os dizeres do epitáfio da seguinte forma:

SA DE P.º VAZ DECA FID
ALGO DA CAZA DEL
REY FiLHO DE D. P.º DECA
E DE AN.º SILVEI
RA DECA SEV BISNE
TO  SR ADiMiSTRAD
OR DESTA CAPELA
E DE SVA MOLHER A
NA  BARBOZA NO
VAIS FALECEO A 8

DE 9 BO DE 1613
.

Desenho à la diable, porque as letras do epitáfio são regulares, bem traçadas na pedra que, se bem me recordo, é de mármore. A leitura é esta: Sepultura de Pedro (ou Pero) Vaz d'Eça fidalgo da casa del-rei, filho de D. Pedro d'Eça, e (também), de António Silveira d'Eça seu bisneto senhor administrador desta capela e de sua mulher Ana Barbosa Novais (que) faleceu a 8 de Novembro de 1613(2).

/ 67 /

MONTEZ -MATOSO, ainda transcreve outro epitáfio de uma sepultura da Igreja de Esgueira que diz respeito à geração de Pedro Vaz de Eça, sepultura esta que agora lá não existe ou, se existe, estará no corpo do templo que foi sobradado há anos e, assim, não está à vista − se é que a pedra não foi deslocada e teve outra aplicação, como a de Pedro Vaz de Eça:

«Aqui jaz Antonio Borgesda Silvra Neto de Pedro Vaz Dessa e Fidalgo da Caza del Rey Nosso Senhor, e de Catherina da Silveira, que morreu a 27 de Novembro de 1632, e Angelica do Rego sua m.er neta de Gaspar do Rego, comendador, q. foy de Lobão, e Canello, e de Maria Gramacho, que mandou pôr esta pedra p.ª seus herdeyros. Morreo a 13 de outubro de 1688.» à margem: '«Tem Armas de Silveyras, Pachecos, e Almeydas.» / 68 /

Este António Borges da Silveira foi meu 7.º avô e diz FRANCISCO CAETANO DA GAMA em um dos seus genealógios que era fidalgo da Casa Real e proprietário do oficio de escrivão dos órfãos de Esgueira e «sr. da torre q. está na praça desta v.ª de que hoje som.te se conservão as ruinas, homem m.to nobre f.º de Jeronymo de Morais e de D. Violante Botelho da Silveira; esta hera fª de M.el Botelho da Silvr.ª, este fº de M.el. da Silvr.ª d'Eça, este fº de Pedro Vaz d'Eça e neto de D. Pedro d'Eça e de D. Izabel Vaz todos fidalgos m.to nobres em A.º honrados dos Silvr.as Botelhos e Eças deste Reino».

António Borges da Silveira, segundo o mesmo genealógio, foi casado com D. Angélica do Rêgo de Almeida, filha de Gonçalo Rodrigues Gramacho (filho de Gaspar do Rêgo, comendador de Lobão e de S. Tiago, e de D. Maria Gramacho, da Terra da Feira) e de D. Guiomar Ferreira, filha de Fernão Lopes de Almeida, da geração dos Almeidas, da Cavalaria, que viveu em Esgueira e que foi casado com D. Ana da Cunha de Faria, filha de Francisco da Cunha e de D. Guiomar Ferreira, de Coimbra.

Aquele Fernão Lopes de Almeida também como disse, viveu em Esgueira e lá morreu, sendo sepultado na igreja sob este epitáfio que MONTEZ MATOSO também aponta:

«Sep.ª de Fernando Lopes de Almeyda, e de sua m.er Anna da Cunha, e de seus herdeyros, faleceo a 3 de Dez. de 1581». À margem: «Tem as armas de Almeydas.»

Devo agora, antes de seguir no que mais tenho para expor, dizer que me enganei no que escrevi no princípio desta nota: as contas do meu 3.º avô, Francisco Caetano da Gama, não são as mesmas de Baltasar de Sousa Colmleiro pelo que respeita às gerações que me distanciam de Pedro Vaz de Eça; corta-lhe este linhagista duas gerações, agora o verifico, e disso me não...lembrava ao principiar este arrazoado. Diz ele que D. Violante Botelho da Silveira, que foi filha do citado António Borges da Silveira, era neta paterna de Jerónimo de Morais e de outra D. Violante Botelho da Silveira, filha esta de Pedro Vaz de Eça e de D. Catarina da Silveira, sendo Pedro Vaz filho de D. Pedro de Eça e de «sua m.er ou amiga Izabel Vaz» e neto (Pedro Vaz) do infante D. Pedro e de D. Til da Silveira, o que lenho por confusão no que toca a este infante e à tal D. Til, que pelo nome não perca. Acrescenta o linhagista brigantino: «Criarão se no conv.to de Lorvão, e consta da sepultura q. está de Pedro Vaz de Essa na Igreja da vila de Esgueira dos quaes proçedem os filhos de Fran.co Pr.ª q. estão sem sucessão e a d.ª / 69 / D. Angelica Violante de Moura Coutinho de q. se trata, m.er do d.º Balthazar de Souza Colm.ro Telles Tavora».

Quem eram os filhos do tal Francisco Pereira e o próprio Francisco Pereira,~é que eu não sei.

Vejo a razão porque Baltasar Colmieiro fez António Borges da Silveira neto de Pedro Vaz de Eça; foi porque assim o leu no epitáfio que atrás transcrevo: «Aqui jaz Antonio Borges da Silvr.ª Neto de Pedro Vas Dessa...». Mas não se poderá tomar a palavra «neto» com a significação de descendente?

O epitáfio de Pedro Vaz de Eça diz que um seu bisneto faleceu em 1613, isto é, 98 anos depois daquele − sem dúvida já adulto − ter assinado o foral de Esgueira; não parece, assim, muito corrente que um neto de Pedra Vaz, já casado, tivesse falecido em 1632, ou sejam 117 anos depois de, em 1515, Pedro Vaz ter feito aquela assinatura...

Seguindo o que escreveu FRANCISCO CAETANO DA GAMA teríamos a linha dos Eças da casa de Esgueira assim deduzida:

1) D. Pedro I, rei de Portugal (1320-1367) e D. Inês de Castro, dos quais foi filho:

2) O infante D. João que D. Pedro I, no seu testamento feito em 1367, cita com esta verba:, «Item mandamos ao Infante D. João nosso filho vinte mil libras». Casou com D. Maria Teles de Meneses, irmã da rainha D. Leonor Teles (viúva do rico-homem Álvaro Dias de Sousa) que o infante assassinou em Coimbra por intrigas da rainha, e depois casou segunda vez com a infanta D. Constança, filha bastarda de Henrique II de Castela, com geração. Do primeiro matrimónio nasceu único:

3) D. Fernando, que viveu muito tempo na Galiza e onde foi senhor da vila de Eça que lhe deu, em préstimo ou tença, o duque de Arjona, D. Fradique de Castro, seu primo. De uniões lícitas e ilícitas teve muitos e variados filhos − uns quarenta e dois, dizem os linhagistas − e de entre eles, de sua mulher D. Isabel de AvaIos, filha de D. Pedro Lopes de Avalos, adiantado maior de Múrcia e neta de Rui Lopes de Avalos, 2.º condestável de Castela:

4) D. Pedro de Eça, que serviu muito tempo em África com reputação; sendo fronteiro do Conde de Tarouca − D. Duarte de Meneses − achou-se nos cercos que em 1458 os moucos puseram à vila de Alcácer. No ano de 1462 vencia a moradia de fidalgo cavaleiro de três mil e oitocentos réis. Quando o condestável de Portugal, D. Pedro, foi chamado pelos catalães 'para suceder na coroa de Aragão, em 1464, acompanhou-o D. Pedro de Eça, sendo o principal capitão naquela conquista, a quem o condestável, já intitulado rei, confiou a defesa de Lérida: parece que se achou na batalha de Toro. D. João lI fez-lhe mercê, em 1482, das rendas de / 70 / Aldea-Galega de Merceana e o fez também alcaide-mor de Moura. Em 1484 foi do conselho do rei e tinha a moradia de cinco mil réis, tendo sido um dos confidentes que D. João II escolheu para lhe assistirem, quando, em 1483, matou o cunhado, Duque de Viseu. Casou com D. Leonor de Camões, filha de Rui Casco, alcaide-mor de Avís, e de sua mulher D. Aldonça Anes de Camões, de que teve geração − como a houve de outras mulheres, entre as quais de Isabel Vaz, recolhida do convento de Lorvão, a:

5) Pedro Vaz de Eça, que devia ter nascido em Esgueira, como já disse, e onde viveu à lei da nobreza e onde fundou o ramo ilegitimo dos Eças daquela antiga vila. Casou com Catarina da Silveira, da qual não tenho outra notícia. É possível que tivesse pertencido a uma família nobre de Aveiro − Silveiras de Eça − que tiveram o ofício de guarda-mor do sal da Alfândega de Aveiro e que eram parentes da casa de Esgueira pela linha dos Soeiros de Albergaria; porque Leonor Cardoso de Albergaria (filha de Gaspar Dias Cardoso e de Antónia Cardoso) casou com Afonso de Araújo, da rua Larga de Aveiro, e foram estes pais de Antónia de Araújo Cardoso, mulher de Pedro da Silveira de Eça (filho de Filipe Malheiro, de Besteiros, e de Apolónia da Silveira de Eça) e destes seguiu geração dos Silveiras de Eça sendo possível, repito, que tivesse havido outra ligação de parentesco pelos Silveiras ou pelos Eças, que destes havia-os em Aveiro que vinham da geração dos Eças de Santa-Comba Dão. Possivelmente, entre outros filhos teria:

6) Manuel da Silveira de Eça, sem outra qualquer notícia. Parece que teria casado com uma senhora Botelho por que esse apelido aparece no seguinte filho:

7) Manuel Botelho da Silveira, na mesma do anterior quanto a notícias, e que teria sido pai de:

8) D. Violante Botelho da Silveira, casada com Jerónimo de Morais, de quem também não encontro outras notícias, pais estes de:

9) António Borges da Silveira «fidalgo da casa de S. M., proprietário do of.º de Escrivam dos horfoons desta V.ª (Esgueira) e sr. da torre que está na praça desta V.ª de q. hoje som.te se conservão as ruinas», diz FRANCISCO CAETANO DA GAMA. Casou com D. Angélica do Rêgo de Almeida, filha de Gonçalo Rodrigues Gramacho e de sua mulher D. Guiomar Ferreira; neta paterna de Gaspar do Rêgo, o tal comendador a que se refere o epitáfio referido a páginas......, e de D. Maria Gramacho, da Terra da Feira; neta materna de Fernão Lopes de Almeida, que também foi sepultado na igreja de Esgueira e atrás me refiro ao epitáfio dessa sepultura, e de sua mulher D. Ana da Cunha de Faria. António Borges da Silveira faleceu a 27 de Novembro de 1632 / 71 / e Angélica do Rêgo, sua mulher, a 13 de Outubro de 16...... Filhos:

− Manuel da Silveira de Eça, quemorreu sem geração.

− D. Maria Gramacho, idem.

− D. Violante Botelho da Silveira de Eça, segue.


10) D. Violante Botelho da Silveira de Eça, herdeira da casa, que casou com Henrique de Almeida Homem, que nasceu na Quinta da Póvoa, em Recardães, cavaleiro professo da ordem de Cristo, escrivão proprietário dos órfãos em Esgueira, filho de João de Oliveira da Gama e de D. Luzia de Almeida Pinto, que foi filha de Diogo de Lemos, senhor da referida Quinta da Póvoa, e de D. Isabel de Almeida, sua mulher. Filha:

11) D. Angélica de Almeida de Eça, herdeira, que casou em Esgueira a 15 de Novembro de 1673 com Manuel de Sequeira Coutinho, natural de Tentúgal, administrador do morgado de N. S. da Lapa em Condeixa, filho de António de Moura Coutinho, senhor do referido morgado, e nascido em Condeixa a 14 de Setembro de 1604, e de sua mulher D. Mecia Nunes Cardoso da Gama.

D. Angélica de Almeida de Eça e Manuel de Sequeira Coutinho foram meus quintos avós, como o tenho explicado em outros livros e, por isso, não lhes sigo agora a geração.

Calculando que estes tivessem vivido em tempo de D. Pedro II (1648-1706), vemos que este rei, incluindo a sua geração, teve onze até o seu ascendente D. Pedro l. D. Angélica de Almeida de Eça, nas mesmas condições, contou outros onze até o mesmo D. Pedro I.

Por este cômputo dá certo a relação que deixo mencionada.

*

Os filhos que D. ANTÓNIO CAETANO DE SOUSA, (Hist. Geneal. da Casa Real, tomo XI, parte 2.ª) menciona a D. Pedro de Eça, alcaide-mor de Moura; são, sendo os primeiros cinco legítimos:

− D. Henrique de Eça, alcaide-mor e senhor da Portagem de Moura, do conselho de D. Manuel em 1497, casado com D. Guiomar de Noronha, filha do 1.º Conde de Vila Nova, com geração.

− D. Fernando de Eça, governador de Cochim, casou com D. Guiomar Pacheco, filha do estribeiro-mor de D. Manuel, Pedro Homem, com geração.

− D. Francisco de Eça, casado com D. Maria de Ataíde, filha de Jorge Barreto, comendador de Castro Verde, com geração. / 72 /

− D. Cristóvão de Eça, que serviu na índia e morreu sem geração.

− D. Isabel de Eça, que casou a 1.ª vez com o comendador de Panoias, Cristóvão Moniz, e a 2.ª com o vedor da Rainha, Cristóvão Corrêa, comendador de Colos.

− D. João de Eça, ilegítimo, casou com D. Mecia Mecejana, filha do cavaleiro de Tânger, Afonso Mendes Mecejana, com geração.

− D. Catarina da Guerra, também ilegítima, casada com Álvaro de Carvalho, senhor do morgado de Carvalho.

− D. Filipa de Eça, igualmente bastarda, freira.

− D. Jorge de Eça, ilegítimo, casou com D. Isabel de Almada, filha de Fernão Rodrigues de Almada, com geração.

Podia encher páginas e páginas na descrição da linhagem dos Eças, mas quem a queira saber veja no volume da História Genealógica da Casa Real, que atrás apontei, o que escreveu D. ANTÓNIO CAETANO DE SOUSA.

*

Disse atrás, referindo-me ao que escreveu BALTASAR DE SOUSA COLMIEIRO num genealógio que possuo, que ele se referia a um Francisco Pereira e a filhos deste que vinham da geração de Pedro Vaz de Eça, e que eu não sabia quem eram.

Encontro agora alguma coisa. Felix Pereira de Eça foi padrinho no baptismo, em 10 de Julho de 1727, de D. Brites, filha de Tomé de Moura Coutinho e de sua mulher D. Josefa Jacinta; em 1720 foi deputado da mesa da Misericórdia de Aveiro, assim como em 1708 e 1715, sendo escrivão em 1719. Um apontamento meu diz que era filho de Francisco Pereira de Eça, provedor da Misericórdia de Aveiro em 1681 e neto de Bernardo Pereira de Eça, de Aveiro, deputado da mesa da mesma Misericórdia em 1646, casado com Vitória Pinheiro, filha de Bento Gonçalves − o vianez − e de Maria Pinheiro.

Encontro também notícia de um Tomé da Silveira de Eça, nascido em Esgueira pouco mais ou menos em 1654, que depôs no processo de inquirição de José de Barros da Silveira, familiar do Santo Ofício, que casou com D. Francisca dá Silveira de Eça e Almeida, declarando no seu depoimento que era parente desta senhora, que era filha de Manuel de Sequeira Coutinho e de sua mulher D. Angélica de Almeida de Eça. Diz-se no processo: «E perguntado (Tomé da Silveira de Eça) disse que tinha razão de parentesco com a dita D. Francisca da Silveira desa e Almeida e com sua may D. Angélica de Almeida desa por causa de sua avó que se chamava Violante Botelho da Silveira d'esa...» / 73 /

Está, pois, provada a existência em Esgueira e em Aveiro de uma família Pereira de Eça, mas em Aveiro havia também Silveiras de Eça; Borges de Eça e uns outros Eças que vinham, segundo consta, de umas notas que possuo, dos Eças de Santa Comba Dão, que não eram descendentes de Pedro Vaz de Eça. Vou, a respeito destas famílias, dizer alguma coisa:

Principiarei pelos Eças descendentes dos desta geração de Santa Comba: − José Maria de Sá Barreto de Eça e Noronha, pessoa nobre de Aveiro; tenho ideia que lhe pertenciam umas casas brasonadas na rua do convento de Santa Joana, onde havia outra morada − se bem me recordo − à esquina para a rua Direita, que ostentavam um brasão com as insígnias heráldicas dos Silveiras e Eças. Este José Maria casou com uma parenta da nossa casa, D. Maria do Carmo de Lima Praça, filha de José Basto da Maia Pereira e de sua mulher D. Custódia José de Lima Praça, de quem vinha a ligação com os Limas da minha gente. Por este motivo tratavam-se os de Esgueira por parentes com a família de José Maria de Sá Barreto, e eu não creio que assim fosse pela linha dos Eças.

De José Maria foi filho António de Sá Barreto de Eça Figueira e Noronha, que casou com D. Henriqueta Emília da Luz, filha de Joaquim da Luz, ou antes, Joaquim Martins da Luz, bacharel em direito, capitão de fragata graduado, cavaleiro das Ordens de Cristo e de Avis, e de sua mulher D. Justa Rufina de Mascarenhas. De António de Sá Barreto foram filhas D. Maria Bárbara da Luz de Eça e Noronha, casada com Clemente Pereira Gomes de Carvalho, professor do liceu de Coimbra, sem geração, e D. Adelaide Emília da Luz de Eça e Noronha, que foi mulher de José Maria Pereira de Couto Brandão, de Estarreja, de família nobre, 1.º oficial do Governo Civil de Aveiro, c. g.

José Maria de Sá Barreto de Eça e Noronha foi filho de José Joaquim de Sá Barreto de Eça que casou em Angeja com sua prima D. Francisca Liberata de Figueira Mourão, filha herdeira do desembargador dos agravos da Casa de Suplicação, Manuel Mourão Botelho Figueira e mulher D. Josefa Mourão, de Vila Real, e neto paterno (José Maria) de José de Sá Barreto, professo na Ordem de Cristo e desembargador da Relação do Porto, e de sua mulher D. Teresa, que dizem ter sido filha de D. António de Eça, que serviu no regimento da praça de Almeida em 1702, foi capitão-mor de Santa Comba, e que os genealógios da casa deles dizem ter casado com uma D. Maria da Cruz, o que a História Gen. da Casa Real (Tomo XI, parte ll, pág. 673) não confirma, pois diz que D. António serviu no tal regimento e só acrescenta «de quem não temos outra notícia». D. António, como se vê na referida Hist. Geneal., foi filho de D. Francisco / 74 / de Eça; neto de outro D. António que era filho bastardo de D. Duarte de Eça, neto de D. Francisco de Eça, bisneto de D. Duarte de Eça, capitão de Moluco, e 3º neto de D. João de Eça, alcaide-mor de Vila Viçosa, filho de D. Fernando de Eça, também alcide-mor de Vila Viçosa, irmão do atrás referido D. Pedro de Eça, da abadessa de Lorvão D. Catarina de Eça, e de muitos outros, todos filhos de D. Fernando, senhor de Eça, na Galiza.

Nesta geração dos Eças de Santa Comba também houve um D. Francisco de Eça Henriques da Veiga, filho do referido D. António que serviu no regimento da praça de Almeida em 1702, que casou com uma Silveira de Eça − D. Feliciana da Silveira de Eça, filha de Francisco da Silveira de Eça e Melo Cabral, fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Feliciana de Brito, ou Felícia Maria de Brito Ribeiro, de S. João de Areias, filha de Sebastião Ribeiro de Brito, capitão-mor de S. João de Areias −, sendo Francisco da Silveira de Eça filho de António Rebelo de Campos e Melo, fidalgo da Casa Real, e de sua mulher D. Joana da Silveira de Eça, da qual não encontro notícia de quem seriam os pais.

De D. Francisco de Eça Henriques e de sua mulher D. Feliciana, nasceram cinco filhos: D. Francisco de Eça Henriques Esteves da Veiga, que casou com D. Clara Isabel da Cunha, filha de Luís António Rosado da Cunha, professo na Ordem de Cristo, do número do Régio Tribunal do Santo Ofício − como reza a nota −, desembargador aposentado, e de sua mulher D. Joana Bernarda, filha do Dr. Manuel da Cunha Rebelo, que depois foi clérigo e desembargador e promotor da mesa eclesiástica do bispado de Coimbra, e vigário reservatário de S. Lourenço de Taveiro e S. Martinho do Bispo, e de sua mulher D. Maria da Conceição de Araújo; D. António, D. José, D. Luís e D. João, que faleceu moço. E mais não sei...

Silveiras de Eça, de Aveiro, segundo um nobiliário da mesma cidade:

D. Apolónia da Silveira de Eça casou com Filipe Malheiro, de Besteiros, e destes foi filho Pedro da Silveira de Eça que casou com Antónia de Araújo Cardoso, filha de Afonso de Araújo(3), da rua Larga de Aveiro, e de sua mulher D. Leonor Cardoso de Albergaria, sendo esta da família de um dos ramos ascendentes dos Mouras Coutinhos, como disse e expliquei no meu livro sobre Soeiros de Albergaria.

De Pedro da Silveira de Eça foi filho Francisco da Silveira de Eça, que casou com D. Maria de Quadros, filha do / 75 / Dr. António de Mascarenhas de Figueiredo, e de D. Jerónima Machado de Quadros.

Deste francísco da Silveira de Eça foi filho outro Francisco da Silveira de Eça, capitão de cavalos e guarda-mor do sal da alfândega de Aveiro, que casou com D. Paula, Maria josefa de Mendonça, filha de Francisco de Brito Cação de Lima e de sua mulher D. Antónia da Fonseca Rebelo.

No ofício de guarda-mor do sal sucedeu a Francisco da Silveira de Eça seu filho João de Brito da Silveira de Eça, que casou com D. Mariana de Almeida da Costa Bettencourt, filha de Miguel Ferreira de Bettencourt, dos desta família da Madeira, e de sua mulher D. Francisca da Costa de Almeida, bisneta de Lourenço de Almeida Alcoforado, filho do licenciado Domingos Gonçalves Prego, juiz de fora em Mansão em 1580, que casou com Helena de Almeida Raposo, dos Almeidas a que pertenciam também os Mouras Coutinhos de Esgueira e, portanto, seus parentes.

− Para computação dos tempos percorro a lista dos mesários da Misericórdia de Aveiro, e vou encontrando os Silveiras de Eça:

Pedro da Silveira de Eça, deputado em 1610, 1614, 1616, 1618, 1629, 1631 e 1634.

Francisco da Silveira de Eça, provedor em 1651 e 1694, deputado em 1644, 1654, 1660, 1663, 1665, 1669, 1671, 1684 e 1688 (deputado, e diz: «guarda-mor do sal de Aveiro e capitão de cavalos», portanto já se tratava do 2.º do mesmo nome) (4).

João de Brito da Silveira de Eça, guarda-mor do sal, escrivão em 1704 e deputado em 1705 e 1720.

Pedro José da Silveira de Eça, deputado em 1727.

E, já agora, mais alguns Eças que encontro nessa relação das mesas da Misericórdia de Aveiro, e que abrange os anos de 1585 a 1754:

Na mesa de 1658, figura, como provedor, o licenciado Afonso de Araújo de Eça, que também entrou para a Misericórdia como mesário em outros anos; julgo-o filho, ou parente próximo, de Pedro da Silveira de Eça que casou com Antónia / 76 / de Araújo Cardoso, filha de Afonso de Araújo e de Leonor Cardoso de Albergaria(5).

Em 1662 João de Eça Teles foi deputado e em 1665 escrivão.

Em 1669 foi deputado Vicente Mascarenhas de Eça e em 1670 vê-se que João de Eça Teles era escrivão da Câmara de Aveiro. Em 1678 era escrivão da Câmara Jorge Botelho de Eça, que também foi deputado na mesa da Misericórdia; em 1680 foi escrivão e trá-lo a relação com o nome de Jorge Botelho de Eça Teles. Em 1682 volta a citar-se como deputado João de Eça Teles. Em 1686 aparece como deputado Vicente Mascarenhas de Eça, que em 1688 foi provedor. Em 1720, nos deputados, vem André Botelho de Eça Teles, .escrivão da Câmara, que em 1729 foi provedor, repetindo-se vários anos o seu nome; ainda em 1746 vem como deputado.

FRANCISCO DE MOURA COUTINHO

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(1) Consegui agora o empréstimo de um exemplar, e aqui o tenho sobre a banca de trabalho, confirmando quanto deixo dito, o que nele se lê a pág. 80.

Refere o mesmo autor que, segundo o caderno das eleições das abadessas, feito pelos indícios que se encontraram no velho cartório, a primeira da lista foi D. Goda, a segunda D. Urfásia, a terceira D. Pricina, a quarta D. Maria Afonso, a quinta D. Brites da Cunha, e por aí fora até que D. Catarina de Eça foi a 17.ª e a esta sucedeu D. Margarida de Eça, seguindo-se-lhe a infanta D. Branca, filha de el Rei D. Afonso lII e da Rainha D. Brites, etc. etc.

O livro é muito interessante e bem merece leitura atenta.

(2) A informação paroquial de Esgueira, de 1721, da série original encontrada no Arquivo da Universidade de Coimbra (ROCHA MADAHIL, Novas Fontes de História local portuguesa − As Informações paroquiais da Diocese de Coimbra pedidas pela Academia Real da História em 1721), que vem sendo publicada no excelente Arquivo do Distrito de Aveiro, tem a data de 20 de Maio de 1721, e foi assinada pelo vigário Augusto Ribeiro de Almeida − por sinal irmão da minha 5.ª avó, Tomásia de Almeida, mulher do licenciado Manuel Barreto, do Algarve, e que viveu em Esgueira. − O padre Augusto Ribeiro de Almeida foi colado a 7 de Outubro de 1703.

Entre muitas transcrições de epitáfios de sepulturas da igreja de Esgueira lá vem a de Pedro Vaz de Eça que assim é copiada:

Sepultura de Pedro Vás de ssaá Fidalgo da caza del Rey filho de Dom Pedro de ssá seu bisneto senhor administrador desta Capella, e de sua Molher Anna Barbosa Nouaes faleceo a outo de Nouembro de mil, e seiscentos e treze.

Diz a informação que a sepultura está «o pé de hua Capella desnuada Junto ao altar cito na mesma Igreja» e que «Esta perdita Capella tem no tecto della as armas dos dessas».

Mais ou menos o que diz a transcrição de MONTEZ MATOSO, já citada, mas, como a outra, incompleta e cheia de erros.

Em outro sítio, quando fala das capelas de igreja, refere-se a informação outra vez à capela «desnuada» dizendo: «outra Capella desnuada sem Sto nem ornato para que se diga missa que se não sabe certo quem he o Instituidor cujo administrador hoie he Pedro Correja de Lacerda.»

Parece ser a mesma onde antigamente existiu a sepultura de Pedro Vaz de Eça. A igreja sofreu modificações no século XIX; no entanto, não me lembro de ter visto o brasão dos Eças nesta capela, nem em qualquer outra. Já disse que a pedra sepulcral de Pedro Vaz de Eça está agora servindo de degrau na capela do Santíssimo; um exame mirtucioso à igreja é possível que dê rastos dos vestígios da tal pedra de armas, se é que eram esculpidas em pedra.

Verei se me será possível colher novos informes.

No entanto, se foi aquela capela instituída pelos Eças, como reza o epitáfio, como foi parar a sua administração ao tal Pedro Corrêa de Lacerda? Houve, de facto, uma ligação de família nos descendentes de Pedro Vaz de Eça com os Corrêas de Lacerda, de S. Pedro do Sul, mas sucedeu isso posteriormente a 1721; foi no século seguinte, com o casamento de D. Maria Benedicta de Moura Coutinho Teles de Sampaio com António Corrêa de Lacerda, da casa de Beirós, e não houve, nas primeiras gerações, nenhum Pedro. 

(3) − Afonso de Araújo, licenciado, escrivão da mesa da Misericórdia em 1650 e provedor em 1658, era neto deste Afonso de Araújo.

(4) Há aqui confusão. O 1.º Francisco da Silveira de Eça é que foi capitão nas guerras de aclamação e fora baptizado a 14 de Agosto de 1604; os pais haviam casado a 3 de Abril de 1602, já o disse. O filho primogénito deste teve o mesmo nome e casou, não sei em que data, com a D. Paula e foram seus filhos: João de Brito da Silveira de Eça, Pedro José da Silveira de Eça, que morreu solteiro, D. Maior de Brito da Silveira de Eça e D. Antónia de Mendonça, que morreu solteira em Lisboa. (Vide o meu livro Mouras Coutinhos de Esgueira, vol, 3.º  − Soeiros de Albergaria − pág. 28, onde, isto vem tudo mais detalhado).

(5) Não há dúvida de que era filho; morreu solteiro e o casamento dos pais foi a 3 de Abril de 1602 na igreja de S. Miguel, de Aveiro.

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