BANDA DE SALREU
A
Banda do Visconde de Salreu foi fundada em Outubro
de 1925 e apresentou-se pela primeira vez em público
no mês de Setembro de 1927.
Foram seus fundadores os Srs. Manuel Marques,
Ângelo Soares, Júlio Vidal, Miguel de Lemos, Guilherme Marques
da Silva e outros. Foi constituído, de início, um curso infantil
de música, sob a direcção do prof. Manuel Pedro Calado; mais
tarde, formada já a banda, agregaram-se-lhe alguns elementos
que haviam pertencido a outras bandas da região. − Foi seu primeiro
regente o Sr. Manuel Pedro Calado, que nesse lugar
se manteve até 1935. De então para cá, tem sido regente o
Sr. Capitão, chefe da banda, Manuel Lourenço da Cunha, de
Aveiro. − A actual direcção da banda é constituída pelos
Srs. Manuel Marques, Benjamim da Silva, Miguel de Lemos
e Júlio Vidal.
BANDA DO TROVISCAL
A banda do Troviscal foi fundada em 1911 pelo professor
primário dessa freguesia, Sr. José de Oliveira Pinto de Sousa, que a
denominou Banda Escolar do Troviscal, por ser exclusivamente constituída pelos rapazes da sua escola. Tornou-se,
em breve, muito conhecida e afamada, e a sua popularidade
aumentou principalmente depois da interdição que lhe foi
imposta pelo Bispo de Coimbra, por se haver incorporado
num enterro civil, interdição que o Arcebispo-Bispo de Aveiro,
D. João Evangelista de Lima Vidal, após a restauração do bispado, lhe levantou.
Tem entrado em numerosos certames, em que sempre
tem sido classificada. Nunca teve outro regente que não seja o
seu fundador, maestro José de Oliveira Pinto de Sousa.
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FILARMÓNICA DA MAMARROSA
No dia 21 de Dezembro de 1916, Jaime de Oliveira, professor primário, pertencente a uma família de músicos, apresentou pela primeira vez em público a
Banda Escolar da Mamarrosa,
constituída por alunos da escola do seu fundador. Jaime de
Oliveira foi sempre o regente até 4 de Agosto de 1940, data
em que faleceu, precisamente quando a sua banda percorria as
ruas da Mamarrosa a anunciar a principal festa da terra. De então para
cá, tem sido regente José de Oliveira Pato, filho do fundador.
FILARMÓNICA DE MACIEIRA DE CAMBRA
A filarmónica denominada «Lira Cambrense», de Macieira de Cambra, foi
fundada em 1873 pelo P.e Manuel Tavares de Paiva, notável orador
sagrado, que durante muitos anos a amparou e protegeu, sacrificando-lhe
grande parte da sua parca fortuna. Foi, de início, o seu mestre e
ensaiador. Seguiu-se o regente José de Oliveira, estimado cambrense,
hoje com oitenta e dois anos de idade, que durante trinta e três anos
lhe consagrou todo o seu esforço, entusiasmo e saber. Nesta fase, entrou
a banda em vários certames musicais, como, por exemplo, em 1905, no
jardim público de Aveiro, em que, com outras bandas, executou a peça do
concurso: sinfonia do «Barbeiro de Sevilha».
A José de Oliveira seguiram-se, principalmente, os seguintes regentes:
Domingos Tavares de Almeida, também cambrense, que mais tarde ingressou
noutra banda; Carlos Dores, músico reformado da antiga Banda da Guarda
Republicana do Porto; Artur Tavares de Pinho; António Fernandes e
Joaquim José Vieira, antigos músicos da aludida banda, este último
regente durante onze anos.
Dirige-a actualmente o Sr. Luís Lourenço Pestanco,
1.º sargento músico.
É protector da «Lira Cambrense», há cerca de vinte e quatro anos, o
Sr. Comendador Luís Bernardo de Almeida, patrono do «Centro Recreativo
Musical e Literário», a cujo cargo estão as despesas concernentes a
esta banda.
*
As informações que se seguem até quase ao fim deste artigo devem-se ao
Sr. Dr. Zagalo dos Santos, a quem nos referimos no primeiro artigo.
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FILARMÓNICA DE FERMENTELOS
A Banda Musical de Fermentelos foi fundada em 1867 por
José da Costa Júnior, José Silva, João Pereira Raposo e António
Fernandes Rosálio. Foram seus regentes: P.e João Galucho;
Manuel José de Oliveira, e José de Oliveira, professores; Luís
Abrantes e Manuel Abrantes.
FILARMÓNICA DE AROUCA
A chamada Música da Vila foi fundada em 1825 por Bernardino Joaquim
Soares, seu primeiro regente. Seguiram-se-lhe
os seguintes: Miguel António Valente, Ernesto Pinto Ferreira, Domingos
Augusto de Almeida e Carlos Tavares Alves.
FILARMÓNICA DE ESPINHO
A banda dos Bombeiros Voluntários de Espinho (antiga
Soqueiro) foi fundada em 1850 por José Alves Neves e Joaquim
Alves de Sousa Neves. Alguns regentes: Ilídio Neves e Manuel Baptista da
Silva.
FILARMÓNICA DE PARAMOS
A Música de Paramos foi criada em 1932 por José Alves Vieira, negociante
de vinhos. Foram seus regentes: António Fernandes, subchefe de música,
reformado, e A. Guedes, 1.º sargento músico, reformado.
FILARMÓNICA DE BARCOUÇO (MEALHADA)
A filarmónica denominada Lira Barcoucense
10 de Agosto começou em 10 de
Agosto de 1919. Foram seus fundadores António Simões Martins, José
Simões Martins, António Nunes Ferreira, António Baptista Dias e Joaquim
Ferreira da Silva.
Alguns regentes: António dos Santos, tanoeiro; Diogo José
Ermida, 1.º sargento reformado; António Medina, 2.º sargento reformado;
Alfredo Queirós e Joaquim Barbosa, 1.º sargento reformado.
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FILARMÓNICA DE LOUREIRO
Fundaram-na em 1900 Manuel Maria Dias Quintas, João Valente Queirós,
Abel Nunes Lopes e Abel Valente de Almeida. Alguns regentes: José Maria
Pedro; Rufino José Correia, professor; Abel Nunes Lopes; João Alves;
António Ferreira
Carvalho; António Costa e António Augusto Correia.
FILARMÓNICA DE PESSEGUEIRO DO VOUGA
A União Pessegueirense foi fundada em 16 de Julho de 1866
pelo prior de Roge, Manuel Francisco de Amorim, que foi quem abonou o
dinheiro para a compra do instrumental. Alguns regentes: A. Sapata,
António Rodrigues da Silva, António Francisco Tavares, António Rodrigues
Correia (1888 a 1899) e Vergílio Correia.
FILARMÓNICA DO VALE DE CAMBRA
Existe desde 1913. Deve-se a sua fundação a Francisco Tavares de
Almeida, negociante; Camilo Tavares de Matos, farmacêutico; P.e Joaquim
Manuel Tavares; Dr. Domingos de Almeida Brandão e P.e Manuel de
Oliveira. Têm sido seus regentes: Arnaldo Tavares de Pinho; Júlio
Branco; António
Fernandes, subchefe reformado; Cap. Manuel Lourenço da Cunha e Arnaldo
de Vasconcelos.
FILARMÓNICA DE S. TIAGO DE RIBA-UL
Merecia esta banda uma notícia
desenvolvida, já pela sua antiguidade, já pelo seu valor e fama; mas
foram inúteis todos
os esforços que fizemos, junto da regência, para obter informações! O
Sr. Dr. Zagalo dos Santos escreveu acerca dela o seguinte: «Não se pode
fixar a data da sua fundação, mas sabe-se que acompanhou as tropas anglo-Iusas nas campanhas da Península. Acompanhou depois, às ordens da
Junta Provisória do Supremo Governo do Reino, as tropas patuleias contra o
despotismo da Rainha. − Regentes conhecem-se apenas os três últimos:
Manuel José de Pinho, o Pinho Alho, compositor de elevado mérito;
Augusto da Silva Pereira e Armando de Pinho Dias».
A estas notas acrescentamos o que o Sr. Abade João Domingues Arede
deixou escrito no voI. V do Arquivo (págs. 77 e 78 ):
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− «A banda de música de Santiago de Riba de Ul é
uma das mais antigas desta região, pois tomou parte nas guerras
napoleónicas, tendo por fim acompanhado o exército anglo-Iuso
até Navas de Tolosa, não havendo memória do regente que a
acompanhou. Dessa organização musical conservou-se o bombo, até há pouco
tempo, em Santiago, como uma relíquia histórica
da grande guerra. − As tradições musicais de Santiago de
Riba de UI, que afirmam a feição artística do seu povo, não se
perderam. − Esta freguesia tem mantido sempre a sua 'banda
de música, que vem revivendo, através dos tempos, as glórias
passadas, não pelo carácter belicoso que algumas vezes estas
instituições assumiam em épocas revoltas, mas pela importância da sua
organização e pelo valor dos seus elementos, em que entraram talentosos
compositores, entre os quais é de justiça salientar o falecido Manuel
José de Pinho Júnior, que fez bastantes composições que lhe assegurarão,
por largo tempo, um
lugar de destaque, sobretudo na música sacra. − Modernamente, teve um exemplo de valor e dedicação no seu regente,
o Sr. Armando de Pinho Dias, que à corporação a que presidiu com brilho
prestou relevantes serviços, não somente levando-a, em virtude do seu
alto esforço e competência, a um grau de
perfeição artística que a tornou admirada em muitas terras afastadas desta região, mas também como maestro de muito merecimento, que
para a mesma compôs bastantes partituras de subido valor».
JOSÉ PEREIRA TAVARES
Continua na página 106 −
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