Subsídios para a História do Atletismo em Aveiro - 21

Júlio Cirino, campeão nacional de juniores

 (Lisete Barros de Oliveira brilha em juvenis)

Quinze dias depois, em Lisboa, aquando da realização dos nacionais da categoria, Júlio Cirino foi campeão nacional dos 1.500 m. obstáculos, com o tempo de 4 min. 32,7 s, batendo todos os atletas dos clubes da capital. Seria ainda 3º nos 1.500 m. planos, com a obtenção de novo recorde do norte (4 min. 3,7 s).

Entretanto, no capítulo feminino, as duas atletas do Galitos, Lisete Barros e Rosa Manuela, são convocadas para a selecção da A.P.A., que disputou com a sua congénere de Braga o I Porto-Braga. Rosa Manuela seria 3ª no comprimento, enquanto Lisete Barros participaria na estafeta 4x60 m. que a selecção do Porto venceu.

A FNAT lançava também os seus campeonatos corporativos em atletismo. Na designada 1ª categoria, compareceram nestes campeonatos cerca de 80 atletas, os quais tiveram razoáveis resultados, com particular destaque para Óscar Silva, a representar a Molaflex, nas provas de meio-fundo, e de Estanislau Tavares, a representar a Oliva, nos lançamentos. Nos nacionais corporativos, Óscar Silva venceria os 1.500 e os 5.000 m e Estanislau Tavares seria 3º no lançamento do Peso. Registam-se estes dois nomes, porque posteriormente viriam a participar no atletismo federado.

As duas atletas do Galitos, Rosa Manuela e Lisete Oliveira (2ª e 4ª a contar da esquerda) com outras do Porto.

Estarreja continuava a apostar no seu Grande Prémio em estrada e, no ano seguinte (1969), realizava, no dia 16 de Março, o VII certame, III Internacional, pois volta a convidar atletas do clube galego Celta de Vigo. Os atletas do Celta, credenciados, venceram todas as provas, seniores, juvenis e senhoras. Carlos Perez e Ruben Sanmartin, os dois primeiros em seniores, José Martinez, em juvenis, e Maria Sanmartin, em senhoras. Registe-se a participação do Sporting, com Carlos Lopes (sim, o olímpico e recordista mundial!) em terceiro na prova de seniores. Pelo Sporting alinhou também Mário Cordeiro, que entretanto fora aliciado para representar o melhor clube da capital, e que se quedou pela 7ª posição.

Quando não havia condições locais para melhorar as suas “performances”, os bons atletas nascidos nos distritos não tinham outro remédio senão procurar outros locais para o fazer; e nada melhor que integrar os grandes de Lisboa.

Voltando a socorrermo-nos da imprensa local da época, neste caso o semanário “O Litoral”, mais transcrição de um feito de atleta da cidade:

Esta atleta do Benfica viria a ser uma das melhores velocistas nacionais, tendo sido internacional pelo clube da Luz.

Uma semana depois, nas Antas, a A.P.A. fazia disputar o III Torneio de juvenis, em que participaram as duas atletas do Galitos e mais alguns jovens do Estarreja. Lisete Oliveira (ou Barros, como por vezes era designada) voltou a mostrar que era a melhor velocista do norte na categoria, dominando os 80 m. planos, batendo todas as concorrentes, fazendo inclusive novo recorde regional, com 11,0 s. Rosa Manuela, sua companheira de clube, seria 2ª nos 200 m. Quatro atletas juvenis do Estarreja tiveram também posições de destaque (entre 3ºs e 5ºs).