I
MINICURSO DE RELAÇÕES
HUMANAS
As seis palavras MAIS
importantes:
«Eu admito que fiz um erro.»
As cinco palavras MAIS
importantes:
«Tu fizeste um bom trabalho.»
As quatro palavras MAIS
importantes:
«Qual a tua opinião?»
As três palavras MAIS
importantes:
«"Se faz favor.»
As duas palavras MAIS
importantes:
«Muito obrigada.»
A palavra MENOS importante:
«EU»
AUTOR DESCONHECI DO
II
CONDUÇÃO DA AULA;
INTERACÇÃO; DISCIPLINA
1. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À
CONDUÇÃO DA AULA
A aparência, arranjo e
condições físicas da sala de aula reflectem a personalidade do
professor. Examine regularmente a sua sala de aula com vista
ao seguinte:
— Ambiente da sala:
temperatura, ventilação, persianas para o controlo da luz e do
sol.
— Arranjo da sala: aparência e
arrumação dos expositores, decorações, estantes,
equipamento,...
— Disposição das cadeiras:
arrumação funcional das carteiras, cadeiras, mesas
(semi-círculo, mesa redonda, distribuição em quadrado),
arrumação para trabalhar em pequenos grupos, para trabalhar
individualmente, não esquecendo os casos especiais de
deficientes auditivos, deficientes visuais ou alunos que não
gostam de trabalhar em grupo.
— Preparação antecipada de
material e acessórios e sua distribuição ordenada, se tal
estiver previsto.
2. DIRECTRIZES PARA MANTER UM
ESTADO DE ESPÍRITO CONSTRUTIVO
No que respeita aos alunos:
— Conheça os seus alunos.
Aprenda os seus nomes imediatamente.
— Analise a classe
periodicamente para se aperceber das condições de saúde,
fadiga, etc. dos seus alunos. Esses sinais facilmente
detectáveis explicar-lhe-ão muitos comportamentos anormais e o
seu interesse pelo aluno como pessoa é indispensável.
— Conheça a sensibilidade dos
alunos. Preste atenção às atitudes manifestáveis ao escrever e
em discussão. Respeite a personalidade do aluno (o que não
significa tolerância incondicionada).
— A participação do aluno é
necessária para mantê-lo num bom estado de espírito. Ajude-o a
tornar-se um membro do grupo. Nunca o separe dos companheiros,
a menos que, mediante razões aceitáveis, ele deseje trabalhar
individualmente.
— Realce os aspectos positivos
de cada aluno; favoreça o desenvolvimento da autoconfiança no
jovem e ajude-o a sentir-se importante para o grupo. Toda a
gente, velhos e novos, gostam e necessitam de elogios. Use-os
sem receio.
No que respeita ao professor:
— Se fez uma promessa,
cumpra-a. Se cometeu um erro, peça desculpa. Compartilhe com
os jovens a ideia de que toda agente comete erros.
— Seja criativo e inovador;
experimente ideias novas e dê-as a conhecer aos seus alunos.
— Tenha um procedimento amigo
e informal, mas sério e consistente. Trate todos os alunos com
o mesmo grau de justiça, imparcialidade e consideração. Não
permita que a avaliação do professor que o precedeu a
influencie. Não castigue toda a classe por causa das acções de
alguns. Sobretudo, não «veja» e não «ouça» tudo...
— O professor deve possuir
senso de humor. Se alguns profissionais precisam de senso de
humor, o educador é sem dúvida um deles.
— Estabeleça uma boa
comunicação com os alunos de modo que eles sintam confiança ao
aproximar-se de si com problemas ou perguntas. Seja delicado
com eles, tal como espera que eles sejam consigo. Nunca actue
irado ou use ameaças para resolver dificuldades.
— O exemplo do professor
determinará o ponto de partida para muitas coisas.
Apresente-se bem arranjado e principalmente fale e actue com
compostura.
No que respeita ao ambiente de
aprendizagem:
— Uma classe ocupada é
geralmente uma classe feliz. Proporcione actividades que
alarguem as habilidades dos alunos e proporcionem trabalho
suficiente para mantê-los ocupados. Saiba dosear o tempo —
saiba quando convém acelerar, afrouxar ou mudar de
actividade, mas evite criar tensões. As regras relativas a
comportamentos devem nascer dos propósitos emitidos pelo grupo
e devem desenvolver-se e estabelecer-se no conjunto classe-professor.
— Seja entusiasta — isso é
contagioso. Crie um ambiente em que cada um se sinta
importante. Mantenha o meio ordenado, no que se refere a
quadros, expositores, exposições, etc.
— Sempre que um comportamento
justifique uma recompensa, esta deve atribuir-se o mais
depressa possível. Sempre que possível, manifeste aprovação
por trabalhos ou comportamentos superiores. Tente ultrapassar
os trabalhos pobres (assinalando-os, sim) com encorajamento em
vez de repreensões, e ralhos.
No que respeita às actividades
de ensino:
— Em cada dia, ensine como se
estivesse a ser observado por um inspector. Prepare-se e
sinta-se preparado em termos de tarefas de rotina, materiais,
equipamento, actividades, etc. Comece e acabe à hora.
3. PREVENÇÃO DE DIFICULDADES
DISCIPLINARES.
— Não reaja a maus
comportamentos da turma como se lhe dissesse respeito.
— Não ameace fazer coisas.
Actue adequadamente sem ameaças.
— Não use sarcasmo, ridículo
ou embaraço. Geralmente tais atitudes não corrigem, antes
originam sentimentos negativos para com o professor (não se
esqueça de que pretendemos a amizade de todos os nossos
alunos), alienam a classe e humilham alguns deles. Por outro
lado estas atitudes podem dar um resultado oposto ao desejado
e criar reacções difíceis de controlar.
— Não castigue mostrando-se
irado. Tente manter a compostura, seja qual for a situação.
Nunca agrida um aluno.
— Como via de regra, não mande
os alunos sair da aula por mau comportamento.
— Não aplique castigos que
pessoalmente ou publicamente humilhem o aluno. Aliás não
repreenda um jovem publicamente; não assuma a atitude de quem
ralha; não prolongue um incidente; não discuta (regateando)...
— Não recompense maus
comportamentos proporcionando ao aluno situações de vantagem,
para conseguir a sua simpatia.
— Não marque tarefas escolares
para castigar maus comportamentos. Isso contribuirá para
destruir o real valor dos trabalhos escolares no contexto do
processo de aprendizagem.
— Não castigue toda a classe
por infracções individuais. Não use ameaças ou castigos
corporais.
— Não permita que o envolvam
nas situações criadas. Isso é relativamente fácil em situações
de grupo.
— Não divulgue transgressões
(nem o respectivo castigo) diante dos outros companheiros.
— Não obrigue um jovem a
pedir-lhe desculpa. Esta situação quando forçada é uma
humilhação para ambas as partes, que a nada de positivo
conduz. Porém, se o aluno livremente pede desculpa, aceite-a.
— Não permita situações de
reacção em cadeia. Por vezes há comportamentos que irradiam
pela classe e o último transgressor é o único punido. Aprenda
a reconhecer esse tipo de situação e detenha-a sem falar
muito.
— Não pretenda dar
imediatamente uma solução final a todas as situações
disciplinares. Dê tempo ao tempo, mas exija progresso
constante.
4. MANTER A ORDEM NA SALA DE
AULA.
A posição a tomar, na
sequência do que atrás se disse, é a de que o método
desejável é o autêntico controlo democrático da
classe. As sugestões que se seguem têm como objectivo ajudar o
professor a
manter o desejável controlo do grupo. Reflicta sobre elas e
procure aplicá-las.
— Seja sincero. Convença-se de
que pode ajudar todos os alunos. Demonstre-lhes que gosta de
todos. Tentativas para disfarçar sentimentos negativos
relativamente a qualquer deles serão detectados, do que
resultará os alunos perderem a confiança em si.
— Seja alegre e cultive o
senso de humor, mas não tente disputar popularidade barata.
Conseguir popularidade barata em vez de autêntica estima pode
conduzir à destruição do professor.
— Evite castigos vingativos
e/ou com o fim de provar que o professor é duro; estas
atitudes não corrigem a causa dos problemas comportamentais (e
essa deve ser a finalidade de qualquer atitude por parte do
educador).
— Não use sarcasmo ou
ridículo. Não se pode esperar que os alunos respeitem um
professor que use tácticas tão rudes e mesquinhas.
— Não proteste a propósito de
qualquer pequeno distúrbio. Embora muitas vezes isso só
irrite o professor, quando exploradas podem tomar maiores
proporções e afectar toda a classe.
— Não se manifeste
encolerizado. A maturidade do seu procedimento deverá ser um
exemplo que os alunos procurarão seguir ou ultrapassar
— Quando um aluno começa a
portar-se mal, conduza-o imediatamente para a actividade que
está a processar-se; por exemplo, capte a sua atenção
perguntando-lhe: «Concordas com o comentário do teu colega?»
— Comece as actividades
lectivas imediatamente após o começo da hora lectiva. Não
atrase verificando as presenças ou realizando outras tarefas.
Faça isso mais tarde, numa altura mais apropriada.
— Trabalhe no sentido de
conhecer e/ou desenvolver várias técnicas de ensino.
Planifique experiências atraentes com os seus alunos e use
grande quantidade de materiais de ensino (que eles próprios
podem construir).
Cada professor poderá
acrescentar outras sugestões a esta lista, consoante os casos
que a sua experiência lhe proporcionou e nos quais adoptou
ideias que resultaram em êxito. Contudo, é bom assinalar que
nem todos os alunos respondem exactamente da mesma maneira a
qualquer das técnicas de controlo da classe.
5. COMPORTAMENTOS DO PROFESSOR
QUE PODEM CAUSAR INDISCIPLINA
— Elevar a voz, enquanto
ensina, para se sobrepor ao barulho da classe. Revelar-se
encolerizado, exasperado ou impaciente.
— Admoestar o jovem na
presença de outros e fazer disso «cavalo de batalha».
— Apresentar tarefas tipo
«trabalhos forçados» — por exemplo, memorização meramente
mecânica de factos raras vezes variando a maneira de agir.
Reprimir o envolvimento do aluno e encorajar a passividade.
— Revelar pouco entusiasmo ao
ensinar; usar quase sempre a técnica expositiva e/ou a
pergunta-resposta.
— Exigir muitos trabalhos de
casa e não lhes ligar importância no dia seguinte.
— Dar ênfase às falhas dos
alunos e ignorar (ou dar pouca importância) aos seus sucessos.
— Marcar tarefas que a priori
se sabe redundarem em fracasso para os alunos, em vez de
proporcionarem autênticas situações de aprendizagem,
ajudando-os a progredir e em que sejam bem sucedidos (a
frustração é sempre um bloqueio na aprendizagem).
— Fazer testes com a intenção
exclusiva de classificar, dando a impressão de pretender ser
«professor duro». Dar ênfase aos testes surpresa.
— Pedir ao jovem para realizar
trabalhos relativamente aos quais não tem o mínimo interesse
e/ou é demasiado difícil para ele.
— Estabelecer uma só via de
comunicação, do professor para o aluno.
— Não envolver o aluno em
decisões relativas às actividades da aula, treinando-o desse
modo para o seu papel de cidadão.
— Responder ao aluno que pede
assistência com expressões como «já devias saber isto» ou
«onde tens estado?»
— Permitir que os alunos se
tratem por alcunhas ou qualquer outro nome menos correcto.
— Utilizar como motivação o
receio da classificação em vez de um interesse saudável pela
disciplina.
— Conservar má vontade para
com o aluno, isto é, tomá-lo de ponta.
— Conversar (“Mexericar”)
acerca dos alunos em lugares públicos.
— Ter favoritos.
6. COMO TRATAR COM TURMAS
INDISCIPLINADAS.
Não há qualquer solução mágica
para todos os problemas disciplinares. Contudo podem-se
apontar algumas directrizes gerais.
— Seja prático e preciso. Diga
claramente aos alunos o que vão fazer nesse dia. Comece e
acabe a horas.
— Aprenda o nome dos alunos
o mais rapidamente possível e identifique-os pelo seu próprio
nome. Não use a forma abreviada e familiar ou qualquer outro
nome como, por exemplo, «Aí o do cabelo comprido...»
— Não alimente a propensão
para o castigo; em vez disso, desenvolva a sua capacidade de
prevenir e remediar.
— Utilize frases afirmativas
em vez de negativas. Por exemplo, «Precisamos de sossego para
melhor podermos trabalhar em conjunto.», em vez de «Não façam
tanto barulho!»
— Observe globalmente a classe
constantemente. Seja firme ao pedir a cooperação dos alunos e
evite fazer falsas acusações de mau comportamento. Não ignore
transgressões quando elas se repetem.
— Esforce-se por manter a
calma e confiança. O professor precisa de nervos calmos e
espírito claro para poder ensinar. Faça saber aos alunos que
gosta de estar com eles mas tem a intenção de não suportar
tolices.
— Desenvolva uma atitude
saudável e cooperante entre os alunos, sendo sincero ao
exprimir o que pensa sobre situações de indisciplina.
— Não ensine os conteúdos de
uma maneira apressada (tendo como primeira preocupação chegar
ao fim do assunto). Lembre-se de que o bom controlo da classe
é condição prévia indispensável para bem ensinar.
— Quando desafiarem a sua
autoridade, mantenha-se calmo e senhor de si. Lide com o aluno
provocador individualmente e nunca na frente da turma. Se a
situação não for demasiado séria, peça-lhe que fale consigo
após a aula; se for séria, leve o aluno para um lugar
apropriado, de preferência isolado. Nesse caso, chame alguém
que o substitua na sala de aula.
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NOTA — Este
texto foi adaptado do livro de EUGENE C. KING e RICHARD D.
KELLOUGH, A ressource guide for secondary school teaching,
Macmillan Publishing Cº, lnc., New York. - Texto
adaptado. |