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«(...) Se tão suavemente o passarinho canta,
movido só da saudade (...)»
Frei Agostinho da Cruz
Que saudades, ó Mãe, eu de ti tenho!
Recordo-te, chorando, Mãe amada...
Todos os dias, junto à campa venho
Rezar por ti, ó Mãe sempre lembrada!...
Deixaste-me sozinho, sem ninguém
Que me guiasse. Vivo triste assim!...
Eu vivo na saudade — é um bem,
Pois não morreste. ’tás junto de mim...
Perdoa-me, ó Mãe, os sofrimentos
Que tiveste comigo... Mae, perdoa!...
Pede a Deus que me leve p’ra te ver!...
Eu ouço ainda os teus ensinamentos
Já a sofreres, ó Mãe!... Como eras boa!...
Jamais te esquecerei até morrer!...
Guimarães,
Julho de 1955
DOMINGOS
ALVES DA COSTA
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