A Lisboa
queirosiana de “Os Maias”
Passos de
alguns escritores no coração da Baixa
Turmas participantes:
11ºs B, C, D, E, F
12 /Abril/ 2002
Roteiro
elaborado pelas professoras de Português Alice
Pinho e Silva e
Susana
Machado dos Santos
NOTE
BEM:
- o
percurso deve estar terminado às 14h e 45m
- o mapa da 1ª página serve de orientação
e é para ser seguido, embora sem
estrita rigidez
-
os grupos podem/devem fazer pausas para
observação das coisas propostas, ou descoberta de
outras curiosidades, registo de notas ou fotografias,
troca de impressões, descanso, almoço, etc.
1
- Saímos do Cais de Sodré, onde no
n.º
52/54 (actualmente um banco), ficava o
Hotel Central,
ponto de encontros, desencontros e boémia.
Subindo
a Rua do Alecrim, bem conhecida das personagens
queirosianas, encontramos, à esquerda, a
estátua de
Eça de Queirós
e da sua musa.
Subimos
em direcção ao Chiado. À esquerda, e passando pelo Largo
de Camões, marcado pela “estátua triste de
Camões”, entra-se na Rua/Largo do Loreto,
onde Carlos, após os seus 10 anos de Paris, reencontra
a mesma mornidão e o mesmo marasmo.
2
-
No Chiado,
ponto de encontro de artistas, intelectuais e
jornalistas, estão
os locais de convívio: a
Bertrand, a Baltreschi,
a pastelaria e casa de chá Bénard, a
Casa Havanesa,
a
Brasileira, onde nos acolhe
Fernando Pessoa,
sentado a uma mesa, para com ele tomarmos café (atenção
ao pormenor da chávena...). Quase em frente, está a estátua
do poeta e dramaturgo quinhentista,
António Ribeiro
Chiado
e, muito perto, a
Igreja dos Mártires.
Ao
Chiado vem desembocar a Rua Nova da Trindade,
onde se situa o
Teatro da Trindade
(inaugurado em
1867), palco do célebre sarau repleto de clichés e mau
gosto; procure-se e espreite-se a
Cervejaria Trindade
(a
funcionar desde 1836) e olhem-se os azulejos, assim como
muitos outros pormenores, do passado e do presente,
existentes nesta zona da cidade, eles também marcas da
história e da identidade lisboetas (porque não uma
espreitadela a espaços próximos aqui não
mencionados?...).
Tomamos
a Rua da Misericórdia, na qual fica o consagrado
restaurante
Tavares
(n.º 3), onde a ementa
queirosiana ainda marca presença.
Descendo
a Rua Garrett,
“o nervo do Chiado”, encontramos, à direita,
a Rua Ivens (antiga Rua de S. Francisco); aqui,
para além do
Grémio Literário, ainda
hoje palco de encontro de figuras públicas, “quatro
portas adiante”, ficava a casa que a mãe do
Cruges alugou a Maria Eduarda e onde irrompeu a
paixão entre esta e Carlos.
À
direita, e seguindo a Rua Carlos Capelo e à
esquerda a Rua Serpa Pinto, chegamos ao
Teatro
de S. Carlos
(n.º 9, inaugurado em 1793); neste largo,
no 4º andar Esquerdo do n.º 4, nasceu
Fernando
Pessoa, (“a aldeia onde eu nasci fica entre S.
Carlos e a Igreja dos Mártires”, esta com fachada
para a Rua Garrett). Procure-se o painel
representativo dos heterónimos pessoanos...
Voltando
à Rua Garrett, e virando agora à esquerda,
entramos na Rua do Carmo que nos leva até ao
Rossio.
3
- Aqui, no Rossio (Praça D. Pedro IV), é
imprescindível a referência ao
Teatro Nacional D.
Maria II
(porque se lhe chamará ainda hoje “casa
de Garrett”?); Eça situou nesta praça o luxuoso consultório
de Carlos. Contornando o Teatro Nacional pela sua
direita (nossa esquerda), iremos dar ao Largo/Praça
dos Restauradores. Este é também um dos percursos do desencantado passeio final de Carlos e Ega. O capítulo
final de “Os Maias” menciona a demolição do Passeio
Público, em cujo lugar se construíra um obelisco
e se rasgara “a larga avenida” (hoje, Avenida
da Liberdade) e que terminava bruscamente, em “montões de cascalho”.
No
Rossio merece visita o
Café Nicola, não
só pela sua ligação com Bocage e com Fernando
Pessoa, mas porque no 1º andar viveram os pais
de Eça.
4
-
Descemos agora pela Rua Augusta, em direcção
à Praça do Comércio; antes de a atingirmos, viramos
à direita, pela Rua do Comércio, e dirigimo-nos
à Praça do Município (antigo Largo do
Pelourinho); foi no antigo Hotel Bragança (hoje
Residencial Bragança) que Carlos e Ega se reconciliaram
com a vida, “através do estômago” (último capítulo).
Tomamos
caminho para a Praça do Comércio (antigo Terreiro
do Paço) e, no n.º 3, sob as arcadas e entre os
ministérios, achamo-nos no
Martinho da Arcada
(fundado em 1782, hoje restaurante, é o café mais
antigo de Lisboa – atenção a uma mesa especial que
se encontra no seu interior e às fotografias que
decoram as paredes!), indissociável da vida de
Fernando Pessoa que, neste e noutros cafés, pensou e
escreveu grande parte de sua obra literária. O poeta
trabalhou nos escritórios de algumas firmas comerciais
desta zona da
cidade, na Rua da Prata e na Rua do Ouro.
Hoje ficamos por aqui.
Outros espaços mais distantes poderiam completar este
passeio: Belém, onde se situava o hipódromo; as Ruas
da Junqueira às Janelas Verdes, onde se situava a casa
do Ramalhete (n.º 120/122); a Rua de S. Marçal, onde
ficava a casa dos Gouvarinho; “a Toca”, o refúgio
de amor de Carlos e Mª Eduarda, casa que alugaram ao
Craft, actualmente Quinta Pedagógica nos Olivais,...
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