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A chuva cai e já o sol,
Tapado pelas nuvens,
Se coloca no horizonte do meu caminho...
Um dia (ou será noite?)
Pleno de luz e escuridão,
De chuva e de sol,
De soluções e problemas,
De solidão e amizade...Uma constante, ténue e difusa visão...
Retrato-me neste espelho,
Nesta poça de água tão transparente...
Vejo uma árvore com firmes raízes
E uma vasta e verde copa.
Ainda está no seu desabrochar,
Contudo, ressequida no seu interior.
Todos a admiram por tal beleza...
Por possuir fortes ramos,
Estendidos a qualquer mão...
Mas só por isso...
Só para a poderem rodear
E dela usufruírem.
E todo o conjunto de lascas
Que compõem tão seguro ser?
Não se vê...
Mas ela, ela sente.
Sente um vazio,
Um ódio por tanta perfeição,
Uma angústia por tão inacessíveis Homens...
Derrama lágrimas,
Secas, talvez...
E, com o sabor de tanta invalidez,
Sorri logo após...
Ah! Como foi bela a sua imagem,
Enquanto durou...
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