Não deixes meu amor
que o nevoeiro encubra o teu encanto:
Nas vagas perder-me-ei
se não navegar no teu corpo salino.
Sei que acima do
nevoeiro há uma lua
imensa de prata feita de saliva
e de sintagmas;
sei que abaixo dele à nossa espera
se agita uma maré de sal
e de sargaços;
Também sei que nem a lua de prata
nem a maré de sargaços
é maior que o nosso desejo.
Mas se o nevoeiro dissolve teu encanto
perder-me-ei nas vagas da madrugada
a não ser meu amor
que cantes em cada momento
UM VERBO LIBERTO