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Lamento,
Portugal,
Mas nunca foste meu igual.
As uvas chegavam em serradura,
E cheias de bolor:
é que a faina era dura,
e chegava-nos o pior.
Lamento, Portugal,
Mas nunca foste meu igual.
As frutas vinham podres
e os tempos eram algozes.
Minha mãe abria, ansiosa,
de 15 em 15 dias:
Se a coisa não era rançosa,
que bons que eram os dias!
Eu comia e provava…
Nã de papaia, mango ou cajú:
tá bem, minha mãe,
come tu!
17/07/2001 22h15 |