As minhas
imagens
As minhas imagens são pedacinhos de
Vida
E a vida poeiras que o vento leva
E não traz:
Memórias de momentos, pensamentos,
Amores esquecidos e lembrados,
Horrores e doçuras não esperados
E o fim de ilusões tão sem sentido...
Viseu – (17-04-2004)
Amanheceu
chovendo
Cinzento pardo da chuva que chora cá dentro.
Assim.
Lágrimas que diluem de mansinho.
Escaninho da dor, a maior dor,
De tanto ter dado
E sentir-se sozinho.
Dor da dor que a chuva lava
Devagarinho.
(09-09-2005)
Rosas
do fim do Verão
Rosas do fim do Verão, tão sem sentido
Sentir dum cansaço estremecido
Que a vida esvaeceu. Mas não morreu.
Luta de gritar baixinho o dia-a-dia
Sabendo que esse grito é sempre
Vão.
(09-09-2005)
Ilusões
desiludidas
Molhei a alma nas ilusões
Vividas.
Não sei como secar o não sentido.
Formas e cores surgem, não
Esquecidas
E morrem na claridade baça
Dum olhar.
(09-09-2005)
Horas
Horas: nove… dez…
Que importa? Veio o tempo
Bater à minha porta
Sem que lhe desse permissão
De entrar.
Ficou.
E a mágoa que deixou
Conta-se pelos minutos
Que encontrou
Ao tecer-me a vida
Por passar.
(10-09-2005) –
Maria Helena, 12-01-2006/12:20:11
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