Eu tenho um amigo
alentejano,
Poeta, folgazão…é “boa praça”.
Diz coisas acertadas e com graça
E é bom em anedotas “mano a mano”.
Não é agricultor,
mas tem cultura:
Na caneta a enxada e no papel a terra.
Cultiva nele ideais aonde encerra
E descreve o que a alma tem de pura.
É filho do
primeiro mês do ano
E pelos anos é tratado com carinho.
Não é Janeiro como o pai, mas Janeirinho
E muito orgulho em ser alentejano!
Pena é que já não
estejas entre nós
Para gozarmos da alegria que brotavas:
Deixaste os teus amigos tristes, sós
Recordando bons momentos que nos davas.
Repousa nesse
Alentejo que amaste
Nessa terra seca de calor ardente,
Filho Pródigo, que no fim voltaste
Para ficares, desta vez, eternamente.
À
memória de um velho amigo que
ainda existe dentro de mim.
Fins de 2005. |