Nasceu ABRIL alegre e quente;
no ar lavado, há sonatas de Chopin.
Há expectativa no rosto da gente;
há bocas caladas perante aquele afã.
Em liberdade limitada e escura,
o povo não encontra as asas
duma alegria alada que procura
pomba da Paz, ausente de tantas casas,
onde as pessoas vivem a desventura
de caminhar, a medo, nesta Nação,
(símbolo de dramas e de tortura).
ABRIL nasceu e, com Ele, veio a Verdade.
Cravos vermelhos!... sonhos são
para aqueles que sonharam LIBERDADE.
Aveiro, Abril de 1974