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Vento
de Aveiro
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Passas, à tarde, em breve
cortesia;
Corres, corres, a rir ou a chorar;
Espalhas mil braços na cidade, na ria,
E ris de nós... em jeito de troçar.
Deslizas e gritas, gritas fundo,
Numa voz de gigante a gargalhar;
Cântico de barítono, forte, profundo:
Trágico no teu jeito de uivar.
Arrancas folhas e leva-las contigo
Para uma dança de infernal castigo
Ao som gritante de funesta canção.
Fustigas-nos o rosto, o peito;
E assim, amortalhas, deste jeito,
A candura das tardes de Verão!
Aveiro, 1984
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