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Vai a
sua graça,
Dona Garça Branca,
Sapateando entre juncos e caniços,
Pensativa, melancólica,
Consoante o estado da maré.
Cumprimenta
amavelmente,
O Alfaiate,
Que entretido,
Encontra-se numa calorosa discussão,
Com um pimpolho de um Pilrito,
Sobre se estamos, ou não
No Inverno ou no Verão.
Esse
mesmo Pilrito,
Abanando a cabeça,
Num gesto interrogativo,
Não pára de saltar,
Não pára de vociferar,
Sobre o seu vizinho,
Um Maçarico, advogado de profissão.
(Contam as Lavandeiras,
Que de Direito, só o bico!)
Fez um casarão,
Na salina, mesmo à sua frente!
Lá
do alto,
Com olhar matreiro,
Senhora Águia sopeira,
Contenta-se a ouvir,
Um soprano,
Dom Rouxinol dos Caniços,
Afinar o canto.
Um encanto!...
Paulo
Jorge Vilaverde |