Marchavam, quatro a quatro, em passo certo,
E cada um deixava,
Atrás de si,
A pouco e pouco,
A poeira e as ilusões com que partiram,
Da casa já distante,
Onde ficara a Mãe, o cão e a água fresca,
E a irmã mais nova, a dos olhos castanhos!

Ao partir, nem choraram.
Julgaram
Ir defender as raízes que os prendiam
Àquela terra que todas as manhãs acariciavam
Com os dedos de ferro do arado e da enxada
Que até parecia ferir.

Disseram-lhes, um dia, que acreditassem
E eles acreditaram.
Disseram-lhes, depois, que fossem
E eles foram.

E foram a marchar, estradas fora,
E sem olhar para trás!

Quando os laços estavam esticados
E prestes e partir,
Eles puderam olhar,
E sentir
Que não era aquele o seu caminho.

Mas foram ensinados e calcar,
Dentro de si, os gritos naturais.
Queimaram dentro deles a seiva toda,
E, nesse campo fresco que eles eram,
Só deixaram restolho ressequido,
Imagem de silêncio!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O grito não saiu.
Foi abafado e não pôde ecoar
Pelo grito, mais forte, duma bomba
Que sobre eles caíra p'ra matar!

   

 

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