Acesso à hierarquia superior,

a noite que nenhuma mão alcança, 1.ª ed., Leiria, 2018, p. 82

 
 

peço-te uma coisa de cada vez
cada coisa a seu tempo
como o azul da casa

a árvore depois da raiz
a morte após a vida
a sombra que devolve a luz

e em cada coisa o gesto único
a queda em movimento

onde e onde

o irrepetível silêncio dos velhos
da minha aldeia

pois algo mudou
desde ontem

abriu-se uma fenda
no centro dos girassóis:

o mundo já não é o mesmo

 
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