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Dia 20 – São 15 quilometros de
Agueda a Albergaria pela Mourisca e Lamas. Em Lamas temos o segundo
combate que interessa ás duas pontes do Marnel e Vouga.
Assiste o sr. general e oficiais do
quartel general da 5.ª divisão do exercito.
Depois do descanço prosseguimos na
marcha sobre Albergaria, onde devemos estacionar.
Chove ao entrarmos na vila, mas coisa
pouca, o bastante para assentar a poeira, o que é um bem apreciavel.
O 3.º batalhão que vinha em serviço de
segurança segue a estabelecer-se em postos avançados sobre a estrada
de Albergaria-a-Nova. Os restantes, que constituem o grosso da
coIuna, ficam na povoação em acantonamento ordinário.
Boa tarefa estava guardada para a
autoridade administrativa que não chega para as encomendas do
aboletamento. O dr. Lemos, de Alquerubim, por lá anda ainda com as
sessões de quarteis. Ficamos devendo um grande abraço ao amigo dr.
João Rodrigues da Cruz, se com um grande abraço se podem pagar
tantas atenções.
A noite decorreu sem novidade.
Vamos marchar sobre Estarreja por
Albergaria-a-Nova – Soutelo.
Nota
– Com o 24 estacionou em Albergaria, bivacando na Praça, o 3.º
batalhão do 28, que cruzara com o nosso na altura de Ouca, entre
Mamarrosa e Vagos.
Dia 21 – Combate da Senhora do
Monte.
Ha noticia do inimigo á passagem do
Soutelo na estrada de Albergaria-a-Nova – Estarreja. Sabia-se a
situação geral. As forças inimigas escalonaclas entre S. João de
Loure e Angeja continuavam detidas pela nossa cavalaria situada
junto de Fermelã, e a sua guarda da rectaguarda que se estabelecera
em Esgueira, fôra repelida pelo grosso do nosso destacamento. Um
batalhão de infantaria com um pelotão de cavalaria que destacou das
forças que operavam do norte, tem por fim desembaraçar a estrada
entre Estarreja e Angeja.
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Pelo tema particular o inimigo atingiu
já Estarreja, tendo as avançadas no Picoto e casaes adjacentes.
Para aproximar o seu efectivo do de
guerra todo o 24 constitue um unico batalhão, e, para a situação,
admite-se que dois pelotões da nossa cavalaria, que foram deslocados
para Salreu, garantem as comunicações no flanco esquerdo, e que o
pelotão de cavalaria, que estava em Albergaria-a-Nova, observa o
flanco direito e coopera no ataque.
Decorre bem o exercicio.
A 1.ª companhia tem por objectivo o
Picoto, seguindo pela estrada até Adó de Cima, onde abre o fogo. A
2.ª, dirige-se sobre a Fontinha. A 3.ª escalonada na direita, e a
4.ª em reserva na esquerda, entram oportunamente em acção.
O posto de socorro deslocou-se do
Soutelo para Campinos. As mulheres, nas povoações, chegam a tomar o
caso a valer. Susto passageiro.
O inimigo é repelido sucessivamente das
avançadas do Picoto e Fontinha e por ultimo da sua posição principal
no Alto da Senhora do Monte. Que lindo e vasto horisonte se gosa
daqui. A vista alonga-se até ao mar.
Lá está a Murtosa.
Acompanharam o combate desde as
primeiras fases, entre muitos outros que vi de relance, os srs.
governador civil do distrito, dr. Melo Freitas, deputados dr. Manuel
Alegre e AIberto Souto, tenente Costa Cabral, major Costa e tenente
Porto de cavalaria n.º 8.
Depois do assalto, lançado com ímpeto e
intusiasmo, aos brados da ordenança – Viva Portugal! – Atiramo-nos,
finalmente, e não com menos energia e calor a um formidavel...
almoço gentilmente presidido por senhoras das familias dalguns dos
nossos camaradas. Brindemos por elas!
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