Ofereci-me
p’ra mostrar
Pensar Alto, em Oliveira.
Vieram-me convidar
P’ra tomar parte na feira.
Pensei
logo em aceitar.
Achei boa esta maneira,
Versejando, para alegrar
O ambiente da feira.
Pensei
fazer um relato,
Bem cá à minha maneira,
P’ra juntar a um retrato,
Tudo isto na brincadeira,
P’ra que memória
ficasse
E p’ra que me recordasse
Daquilo que mais gostasse,
Do que aqui se passasse.
Mas
eu volto a Lembrar,
É apenas versejar,
O diário que, a rimar,
Eu resolvi encetar. |
Peço
ao Sr. Visitante
Que não passe, sem parar.
Aquiete-se um instante,
Vamos rir, vamos brincar.
Se
se veio divertir,
Leia as quadras do dia;
Leve esta vida a sorrir,
Vá daqui com alegria.
Vim
para a feira vender
Cinco mil reis de cultura;
Passo a vida a ensinar,
Vida alegre, pobre e dura.
Puxo
o fio, quebra a guita.
Segue a cena, parte a fita.
Toca o Zé e dança a Rita,
Trapalhada tão esquisita!
Divirta-se,
meu amigo,
Coma e beba, mas não só.
Sua mente ouça o que digo,
Saboreie o pão-de-Ló.
Poesia
é panaceia,
Pão-de-ló, p’ra sua alma.
Que importa a barriga cheia,
Se a cabeça não tem calma?! |