Hoje é o negro
dia
em que morreu a esperança.
Calou-se a cotovia.
Tombou do céu a lua.
O sol se apagou sem piedade.
Em cascatas o pranto jorrou.
O luto sem limites se instalou.
Confundiu-se a mentira e a verdade.
Hoje é o negro dia
em que perdeu sentido a razão.
Abateu-se a tristeza sobre o Mundo
e se vestiu de negro a alvorada.
Os rios gelaram no cimo das montanhas.
Abriu-se o solo em fendas tenebrosas.
Em fúria o mar galgou a terra.
Porque hoje
hoje o homem
começou a guerra.
Aida Viegas
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* Poema com o qual ganhou o 3º prémio na poesia livre do 3º
concurso de poesia da Confraria Camoniana de Ílhavo (2008).