Ausência *

Na tua ausência
ao longe
um vulto se desenha
em ledas madrugadas
de asas doridas
de sombras apagadas.

Na tua ausência
se acende um fogo rubro
num sol já desbotado
e um malmequer
que inda ontem abriu
já triste e só
chora desfolhado.

Na tua ausência
o mar
da calmaria
passa à tormenta
e ruge e grita
feroz encapelado.

Na tua ausência
o bálsamo não sara
a ferida não se cura
e a dor intensa
adensa
a solidão
a desventura.

Aida Viegas
18/06/2009

* – Este poema recebeu o primeiro prémio em Poesia Livre no Concurso Camoniano de 10 de Junho de 2009, na Costa Nova.


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