2 - Exercício I - Desmitificação de
eventuais preconceitos em relação às dificuldades de
aprendizagem da língua alemã
A primeira parte deste trabalho (Exercício I) destina-se a
desmitificar o preconceito de que apenas quando iniciamos
a aprendizagem de uma língua estrangeira é que passamos a
ter conhecimentos dessa língua. Nada mais falso! Com
efeito, este facto apenas se verifica no caso de língua
com um grau de opacidade extremamente elevado, como é o
caso paradigmático do Mandarim. Mesmo em línguas para nós
tão opacas como o Russo ou o Árabe, existe sempre um
considerável número de internacionalismos. Por razões
históricas, verifica-se a existência de um considerável
número de lexemas portugueses, nomeadamente, substantivos
que têm a sua raiz no Árabe. É o caso de açude,
açúcar, azeite, azeitona, arroz,
Alvor (poço), Aldoar (casas), Almeida (mesa),
Alcântara (ponte) e Alcácer (castelo) do Sal,
entre muitos outros. Reconhecemos, porém, que só nos é
possível darmo-nos conta destas semelhanças, após termos o
domínio dos alfabetos cirílico (mais propriamente do
russo) e do árabe.
Ao contrário do que muita gente pensa, o que torna a
língua alemã realmente difícil não é a sua gramática, da
qual fazem parte as famigeradas declinações. O que faz com
a língua alemã seja, de facto, difícil para os aprendentes
portugueses é o grau de opacidade do seu léxico. Por seu
lado, para os aprendentes luxemburgueses, flamengos,
holandeses, dinamarqueses, suecos ou noruegueses, a língua
alemã apresentará (mais ou menos) o mesmo grau de
opacidade que apresentam para nós a maioria das línguas
neolatinas, nomeadamente o Castelhano, o Francês e o
Italiano.
A proximidade geográfica também é um factor que deve ter
sido em conta, já que permite àqueles aprendentes um menor
dispêndio de tempo e de dinheiro para um igual número de
visitas à Alemanha. Além disso, dois outros factores jogam
contra os aprendentes portugueses: por um lado, o seu
poder económico per capita é francamente inferior
aos daqueles aprendentes e, por outro, Portugal é um país
periférico em relação ao centro da Europa, com todas as
vantagens (poucas) e desvantagens (muitas) daí
decorrentes. Com o mais recente alargamento da União
Europeia, em 1 de
Maio de 2004, essa característica viu-se ainda mais
agravada.
A nossa postura perante a procura de conhecimentos, a
chamada Escola ao Longo da Vida, também prejudica
substancialmente o nosso nível de competitividade e,
consequentemente, de bem-estar económico. Segundo
estudos recentes, cerca de metade dos trabalhadores
portugueses considera que não precisa de adquirir mais
conhecimentos para melhorar o seu desempenho profissional.
Portanto, o nosso problema é fundamentalmente cultural.
O Exercício I, como o próprio título indica, visa provar a
qualquer pessoa eventualmente interessada em aprender a
língua alemã que não é necessário ter aprendido esta
língua para compreender um número considerável de frases. Para tal, basta
apenas que estas contenham um número indispensável
de lexemas transparentes que lhe permita inferir
correctamente os opacos. Quantos de nós não lemos já
dezenas de livros em Castelhano, sem nunca termos
aprendido a língua de nuestros hermanos, nem nunca
termos tido contacto com nativos espanhóis? Por exemplo,
os Russos, os Chineses ou os Alemães não conseguem tal
“façanha”, pelo simples facto de as suas respectivas línguas
maternas e o Castelhano não pertencerem à mesma família de
línguas.
Neste exercício de escolha múltipla, o aprendente deverá
escolher a opção que lhe pareça ser a correcta. Uma vez
clicada a resposta seleccionada, é mostrada a percentagem
obtida. No final, fica a saber o total de respostas certas
à primeira tentativa. |