Presença militar em São Jacinto

1918 – 1999

S. Jacinto é uma pequena povoação piscatória do distrito de Aveiro, conhecida pelos seus estaleiros navais e pelo crescente desenvolvimento turístico, que está intimamente ligada a uma presença militar.

O espaço onde hoje se encontra o aquartelamento da Área Militar de S. Jacinto (A.M.S.J.) é um caso especial, para não dizermos único, das Forças Armadas Portuguesas. Desde 1 de Abril de 1918 – já lá vão oito décadas – foram aquartelados sucessivamente os três ramos das Forças Armadas Portuguesas (ar, terra e mar), tendo todos eles desempenhado papéis relevantes e decisivos na defesa dos interesses de Portugal.

 

UM POUCO DE HISTÓRIA

A povoação de S. Jacinto fica situada na extremidade da península com o mesmo nome, que pelo norte separa a Ria de Aveiro do Oceano Atlântico.

Velha aldeia piscatória conhecida no séc. XV pela denominação de Areias, S. Jacinto só toma o nome deste santo dominicano, a partir de 1744, quando pescadores, ao puxarem as redes junto da ermida, trouxeram dentro delas uma imagem a que chamaram S. Jacinto.

Até ao final do século passado era uma pequeno aglomerado de pescadores que viviam em palheiros, habitações construídas com madeira e pintadas com cores garridas e contrastantes, característicos das vilas de pescadores desta região do Litoral Português. Hoje, pequena freguesia do concelho de Aveiro, está separada da sede pela chamada ria de Aveiro. A distância em linha recta que separa a aldeia da cidade não chega a uma dezena de km. No entanto, o trajecto por estrada anda à volta de 45 km, atravessando os concelhos de Estarreja e Murtosa. A ligação mais simples é feita pelo transporte fluvial que parte do Forte da Barra – pertencente ao Concelho de Ílhavo – até S. Jacinto.

A população de S. Jacinto fixou-se na faixa Litoral a sul de Ovar e na região das Gafanhas e de Mira. Tradicionalmente descendente de povos oriundos do Norte da Europa, de gregos e de fenícios que se estabeleceram nestas paragens, dotados de grande capacidade para o trabalho e com grande iniciativa, vivem essencialmente da agricultura e da pesca na ria e no Mar. Têm a sua actividade nos campos, nos bacalhoeiros que partem ou partiam para a Terra Nova, nas traineiras, nos saleiros, nos moliceiros na apanha do moliço da Ria, o adubo natural que permitiu transformar os areais em campos de cultivo, nos estaleiros navais e na marinha mercante. O homem da beira-mar, o Homem de S. Jacinto, constituiu-se há muito como uma constante.

Esta região caracteriza-se por um clima temperado marítimo. Dada a sua proximidade com o Oceano Atlântico, as condições meteorológicas caracterizam-se, em cada estação do ano, pelo pouco rigor, não se verificando grandes variações relativas aos factores meteorológicos. Genericamente as condições do tempo dependem da presença de um Anticiclone que poderá estar centrado nos Açores, provocando frequentemente céu limpo ou pouco nublado na região de Aveiro. Nesta situação pode acontecer vento Norte, designado na região, como Nortada. Nas manhãs de Verão esta situação provoca neblina e nevoeiros matinais, que se dissipam por volta do meio-dia, dando lugar a dias de sol com temperaturas que raramente são elevadas. No Inverno o Anticiclone pode apresentar-se sobre o centro da Península Ibérica, transportando uma massa de ar frio e seco sobre Aveiro. / 15 /

A RESERVA NATURAL

A reserva Natural das Dunas de S. Jacinto (R.N.D.S.J.) está situada a norte da Povoação de S. Jacinto, entre o braço Norte da Ria e o Mar. É uma referência ambiental e paisagística da região de Aveiro. Foi criada em 1979 pelo Dec-Lei 41/79 de 6 de Março. A reserva tem uma extensão aproximada de 666 há. É formada por um cordão dunar consolidado por vegetação espontânea, com uma área florestada em finais de século passado com o objectivo de fixar a duna, constituída na sua maior parte por pinheiro bravo e acácia. No interior da área protegida foram abertos charcos destinados a constituir refúgio e local de fixação para a população de anatídeos da Ria de Aveiro.

As dunas da área protegida da reserva são consideradas das mais bem conservadas da Europa, tendo um património faunístico considerável, do qual se destaca a colónia de garças mais setentrional do país, e conservando em estado natural um património florístico próprio das dunas: estorno, cardo-marítimo, couve marítima, camarinha, etc.

 
 

As origens do teatro

 

A palavra teatro vem do grego theatron, que quer dizer "o que se vê". Na Grécia Antiga o teatro tinha uma grande função social, pois embora se destinasse a distrair, tinha como objectivo transmitir o ensinamento moral. Perante milhares de pessoas representavam-se comédias em que se criticavam e ridicularizavam os vícios e tragédias que representavam situações em que os homens lutavam conta o seu destino e dialogavam com os deuses. As personagens do teatro grego e os seus conflitos serviam de exemplo ao público que, através do riso ou sofrimento, era levado a reflectir sobre si próprio e a purificar-se.

Em Portugal, na Idade Média, predominavam os autos religiosos e pantomimas. As representações faziam-se nas praças públicas, nos adros das igrejas, nas feiras ou nos salões dos palácios.

No século XVI é Gil Vicente quem vai recuperar a tradição teatral portuguesa, fazendo convergir as dimensões lúdica e pedagógica do teatro. Nos seus textos podemos encontrar situações cómicas, burlescas, a crítica social e o ensinamento das virtudes defendidas pela moral cristã. Foi em plena época renascentista que recomeçaram a construir-se edifícios para a prática do teatro, facto que incentivou a criação de novas representações.

Ao longo do tempo, o teatro, nas suas múltiplas formas, tem sido para o homem uma fonte de entretenimento e de encanto, uma fonte para o alívio do tédio e do aborrecimento da vida quotidiana. Contar uma história no palco, num estrado ou numa praça pública, fazer pensar, rir, sonhar, criar um mundo impossível ou real numa cena tem sido também contar um pouco a história dos povos e transmitir a sua cultura.

Trabalho inserido no estudo da 5.ª Unidade de Português do ensino secundário.

Jorge Cardoso, Turma I

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