Ao contrário do que muita gente imagina, o stress não é uma doença, aliás, sem stress a vida não tem sabor.


Ao contrário do que muita gente imagina, o stress não é uma doença, aliás, sem stress a vida não tem sabor. Uma vida sem stress, além de não ser possível é uma vida sem motivação e sem nenhum prazer.

Mas afinal o que é o stress?

É uma reacção do nosso corpo/mente quando estamos sujeitos a estímulos do mundo exterior – e nós estamos sempre sujeitos a estímulos. O stress é um conjunto destas reacções físicas e psicológicas e por isso ele é responsável pelas nossas respostas à vida. É ele que nos permite estar atentos, conseguindo que nos concentremos melhor, os nossos reflexos sejam mais rápidos e, em situações adequadas, nos tornemos mais criativos e produtivos.

Quem já não sentiu que em determinadas situações, nomeadamente estando perto de um exame, estuda mais, o estudo rende-lhe mais, e sente-se muito mais motivado? Todavia, se formos constantemente "bombardeados" por estímulos, estes acabam por "minar" a nossa capacidade de resposta, superando as nossas reservas de energia e, então sim, ficamos doentes e esse é o lado negativo do stress.

Após alguns estudos, os especialistas aperceberam-se que o stress se pode dividir em três fases:

A fase de alerta que, sendo bem utilizada, pode ser usada em proveito próprio: todo o organismo está mais capacitado para interagir com o meio, o próprio corpo está com o metabolismo mais acelerado: há mais vitalidade: entusiasmo e resistência física. Estas são características de um stress positivo: aliás, nem sempre as situações que nos causam ansiedade são situações desagradáveis: o nascimento de um filho, e ganhar o totoloto são situações que provocam stress.

A seguinte fase é de resistência: o agente externo continua a actuar sobre o sistema psicológico/físico e este já está desgastado com o consumo de energia – é nesta fase que o cansaço começa a sentir-se, a resistência orgânica enfraquece, podendo originar desde dores de cabeça até gripes e outros problemas como perda de concentração e de memória: ao contrário da fase de alerta, onde se consegue ficar mais produtivo, agora há um decréscimo importante de produtividade.

Continua a aguentar-se... E quase sem se dar por isso entramos na fase mais perigosa – a exaustão – todas as doenças que já existiam na segunda fase aumentam de intensidade e instalam-se outras: hipertensão, úlcera gástrica, diabetes, depressão, problemas de pele, dentes e outros. Em alguns casos é mesmo necessário ser hospitalizado. Sendo assim, tal como tudo na vida, o stress necessita ser mantido na sua medida ideal e para isso há alguns conselhos úteis que o podem ajudar.

Aprenda a viver com despreocupação os momentos de lazer, faça o que fizer para se divertir (ver televisão, ler um livro, correr): viva esses momentos intensamente: as preocupações estão noutro sítio.

Guarde um tempo só para si, para que possa preservar alguns momentos de privacidade e a sua liberdade pessoal.

Pratique exercício físico adequado à sua idade, estado de saúde e gosto. O exercício físico, nem que seja apenas andar, é sempre relaxante.

Tenha uma alimentação saudável: não fume e beba álcool moderadamente.

Administre melhor o seu tempo – há coisas mais importantes que outras; conte também com o dia de amanhã; identifique os seus limites e não sobrecarregue a sua agenda diária.

Evite o ruído, almoçar no local de trabalho e se possível caminhe um pouco nessa hora.

E se, mesmo assim, se sentir muito aflito com a sua situação pessoal – pense nos outros, há sempre quem esteja pior do que nós ou que pelo menos necessite da nossa ajuda. Ser altruísta, para além de ser uma mais-valia do ponto de vista ético, aumenta a auto-estima e diminui necessariamente o stress.

Prof.ª Isabel Marçalo

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