É notável, pela sua riqueza e variedade. A destacar, o
* pálio, em lhama de prata e ouro, as vestes processionais
de Santa Joana e de S. Domingos, de seda e ouro, o paramento composto de
casula e dalmáticas da festa de Santa Joana, de lhama de
prata e ouro, a bandeira da Irmandade, o frontal, as
capas de asperges de branco e ouro. Casula vermelha em
tissu, ricamente bordada a ouro com saca dos corporais e véu de
cobrir o cálice.
/ 489 /
Foi apreendido este paramento ao exército francês quando retirava de
Espanha, batido na Guerra Peninsular, e veio parar à mitra de Aveiro.
Magnífico, um véu de cobrir o cálice, de tecido de prata,
encanastrado, com bordado a ouro e lantejoulas. Belíssimos também os
panos de estante, pano de púlpito, véu de ombros, mirras, estolas,
manípulos, pavilhões de sacrário, bordados a ouro e a matiz, frontais de
altar a prata e matiz, paramento branco a matiz, paramento vermelho de
brocado e ouro, etc.
Especial referência merecem ainda os
* quatro
reposteiros de brocatel e ouro e brocatel e prata, dos meados do
século XVI, ou panos de armar, que são grandes espécimes de
museu, e os
* frontais de altar, notáveis pelo relevo,
riqueza, perfeição e gosto do seu bordado a ouro, indicativos da cultura
artística das bordadeiras conventuais dos séculos XVII e XVIII, bem como
o
* frontal em gosto índico-português, do século XVI,
admiração constante de quantos visitam a deslumbrante colecção.
Guarda-se ali também a riquíssima bandeira da Câmara
Municipal de Aveiro, já em desuso.
O museu possui algumas raridades em códices como o
da fundação do convento e vida da Princesa-Infanta, e livros de coro de
pergaminho com letras capitais filigranadas e coloridas e algumas
iluminuras dos séculos XV e XVI.
Do in-fólio Ofício do Tempo Pascal, dos fins do
século XV, escreveu Joaquim de Vasconcelos o seguinte: «A
encadernação é de primeira ordem, em carneira fina, toda pintada em
arabescos, preto e ouro, estilo gótico florido. No centro, Nossa Senhora
da Conceição. No verso repete-se o mesmo arabesco, tendo no meio a
Virgem simbolizada numa Pulcra Luna, sobre nuvens, também pintada
a cores. A orla em ambas as capas e as costas do volume estão cobertas
de lavor gaufré em belos rendilhados. É o espécime de
encadernação pintada mais belo que temos visto em Portugal e seria uma
raridade notável mesmo lá fora». Foi escrito e apontado por Dona Maria
de Ataíde que professou em Jesus, diante do rei D. Afonso V, em 1471, e
foi prioresa em 1482.
|