Escola Secundária José Estêvão, n.º 24, Março de 1999

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Das deficiências do trabalho de grupo

Há, de facto, deficiências ao nível do exercício das competências dos grupos de apoio do Conselho Pedagógico e, podemos dizer, que tal acontece mesmo ao nível da transmissão aos professores das deliberações. Os Conselhos de Grupo produzem pouca reflexão e não há grande trabalho de adequação (ou pelo menos não há notícia razoável sobre esse trabalho) das deliberações gerais ou mesmo dos normativos às condições específicas do exercício da / 10 / docência em cada disciplina. Há sempre notícias de professores que procedem em conflito com as decisões do Conselho e há sempre reclamações de pais de alunos que provam que não há informação suficiente para eles veiculada. Não admira, por isso, que muitos alunos e pais manifestem incompreensão sobre as decisões dos Conselhos de turma e as ponham em causa.

 

Que valor tem o passado e o passivo em tempo de mudança...

Haverá quem considere que não vale a pena discutir isto com base em normativos que estão a caducar. De facto, estão previstas reorganizações dos docentes na escola, mas essas reorganizações só vêm acrescentar complexidade ao trabalho dos docentes e todas as deficiências deste sistema de grupos disciplinares só vão ser ampliadas, caso os professores continuem sem exercer as suas competências específicas na gestão e articulação curriculares. Aliás, esta pequena revista de escola é um espelho da fraca participação dos docentes nas reflexões sobre a sua prática em que são insubstituíveis. Contam-se pelos dedos de uma mão as participações ou contribuições dos grupos de docência para uma revista como esta, que conta com cerca de 10 anos de publicação.

Arsélio Martins
 

 

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pág. 9 e 10