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A vida é um meteorito
a cruzar as fronteiras abertas
dum tempo breve e anuviado,
é fogo e cinzas do estoiro
sem estrondo nem aviso
da entropia dos mistérios,
das incertezas, dos medos,
para devolver sem embargo
à madre poeira estelar
a sua curta história
entretecida com as inquietações
angustiantes, longas, ácidas,
e as alegrias pujantes,
breves e duvidosas.
Tudo jaze agora nas esfiapas
duma memória descontinuada
e para sempre perdida
nos confins duma eternidade
sem remédio
mas vagueando ainda, sem tino
pelo deslumbrante palácio do efémero.
Novembro de 2021 |