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Quando a mentira é
urdida nos penhascos
Onde se abrigam os abutres
E desce em ziguezague até aos pântanos
Onde chafurdam crocodilos esfaimados,
Deixa abeberando sórdidos resquícios
Nas curvas desse sinuoso percurso
Que se hão-de multiplicar em ressonâncias
A delícia de mentes ávidas de comoções
Onde fervilha a curiosidade mórbida
Indiferente ao sofrimento provocado
Mas o sentimento de um vingativo gozo
Como espuma em areias revolvidas
Por vendavais de inveja, ciúmes, raiva
Ruminação de pecadilhos inconfessos
Sublimação de pesada culpa avulsa
Ou tão só o nexo da expiação redentora
Enquanto a verdade segue o seu caminho
Indiferente ao fogo fátuo da mentira.
Julho de 2024 |