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1958 - Lançamento à água do «Rio Alfusqueiro», com os Srs. Ministro da Marinha e Delegado do Governo junto dos Organismos das Pescas.



A pesca do bacalhau em Portugal deve à iniciativa de Egas Salgueiro, com a sua experiência de quase 50 anos nesta indústria, grandes inovações que, seguidas depois por outros armadores, lhe imprimiram um desenvolvimento extraordinário.

Por sua iniciativa, foi a Empresa de Pesca de Aveiro a primeira a enviar um dos seus lugres à Groenlândia, em 1931, e igualmente foi a primeira a dotá-los com motores propulsores; introduziu em Portugal a pesca de bacalhau por arrasto, dotando a frota portuguesa com o seu primeiro arrastão, o «Santa Joana», em 1936 e ainda com o segundo, o «Santa Princesa», este em 1940.

Foi também a E. P. A. a primeira a dotar as suas instalações de terra com grandes armazéns frigoríficos que comportam cerca de doze mil toneladas e com uma instalação de secagem artificial de bacalhau, agora substituída / 12 / pela mais moderna instalação do nosso País, composta de quatro túneis de secagem e com uma capacidade de produção semanal de quatro a cinco mil quintais de bacalhau seco.

Não ficou por aqui o dinamismo e espírito de renovação que imprimiu à E P A, pois em 1952, esta iniciou em Portugal a pesca longínqua do atum, com os seus atuneiros «Rio Vouga» e «Rio Águeda», dotados de porões totalmente frigoríficos e instalações de congelação rápida e em 1955, começou também a dedicar-se à pesca de arrasto costeiro, possuindo hoje quatro arrastões desta modalidade.

Em 1965, entrarão em serviço os dois moderníssimos navios bacalhoeiros de arrasto pela popa que a E P A encomendou aos Estaleiros São Jacinto e que custarão cerca de 86000 contos.

Mas não se tem limitado à indústria de pesca a prodigiosa actividade de Egas Salgueiro.

As conservas de peixe também lhe têm merecido grande interesse. Em Agadir, Marrocos, fundou em 1957 a Société Chérifienne des Entreprises de Pêche Aveiro-Maroc, grande fábrica de conservas e farinha de peixe, com capitais portugueses da E P A, onde se empregam cerca de trezentos operários de ambos os sexos, e na Gafanha, Aveiro, a E P A acaba de construir outra fábrica de conservas de peixe, em molhos, dotada de equipamento moderníssimo, onde empregará cerca de 300 operários e empregadas.

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No seu anseio de progresso e expansão tomou a iniciativa de requerer para a E. P. A. autorização para instalar em Moçâmedes, Angola, um importante complexo industrial de pesca e conservas.

Esta iniciativa, que mereceu das entidades oficiais de Angola o melhor acolhimento, vai projectar a E. P. A. no nosso Ultramar e abrir novas perspectivas ao seu desenvolvimento.

Ligado à indústria de Moagem desde 1939, como membro do Conselho de Administração da Companhia Aveirense de Moagens, passou em 1940 a ser seu Director, cargo que ainda hoje ocupa.

Também esta sociedade, sob seu impulso, se tem desenvolvido de forma notável, tendo instalado um moderno descasque de arroz e iniciado a construção de uma moderníssima fábrica de moagem para substituir a antiga.

/ 14 / Director do Banco Regional de Aveiro desde 1928, também neste estabelecimento de crédito tem dado provas do seu dinamismo e inteligência.

Demonstrando grande arrojo, larga visão e confiança absoluta na técnica portuguesa, promoveu o financiamento da notável Ponte da Arrábida, possibilitando assim que esta fosse construída com capitais exclusivamente portugueses e aveirenses e por um empreiteiro também de Aveiro.

A vida de Egas Salgueiro tem sido uma vida de trabalho incansável, actividade extraordinária, luta constante.

Mas, chefe de família exemplar, ainda lhe sobra tempo para se dedicar aos seus, e, cidadão prestimoso, ainda consegue dedicar-se, devotadamente, às coisas de interesse público.

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Foi vereador da Câmara Municipal de Aveiro e Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro. No desempenho deste cargo, de 1949 a 1954, teve acção notável, administrando inteligentemente, conseguindo avultadas receitas, muitas provenientes da sua algibeira particular, organizando cortejos de oferendas, disciplinando os serviços médicos, defendendo, em suma, os interesses sagrados de tão prestimosa instituição.

Grande benemérito de várias colectividades aveirenses, tem prodigalizado o seu auxilio às Corporações dos Bombeiros, Casas de Caridade e Associações Desportivas e Recreativas.

É esta, em resumo, a folha de serviços deste Homem com H grande, que por felicidade da Empresa de Pesca de Aveiro tem presidido aos seus destinos desde a sua fundação.

Que continue a dirigi-la ainda por muitos anos, com o mesmo dinamismo, entusiasmo e larga visão, são os votos ardentes da FLÂMULA e de todo o pessoal da E. P. A.

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