Conforme deixámos em breve nota na edição anterior, concluímos hoje o
registo mais alargado sobre a Homenagem Póstuma que fica para a história
da vida empresarial e cívica da Comendador Egas Salgueiro que, na
passada sexta-feira, dia 16 de Março (precisamente em dia que decorria a
124º Aniversário do seu nascimento), passou a contar com nome de rua em
Aveiro (Baixa de Santo António) e Busto (mesmo local) a perpetuar a
Figura, o Industrial tão intimamente ligado à Indústria das Pescas, o
Homem, o Benemérito.
A sua actividade empresarial e cívica não poderiam passar despercebida
na Região onde desempenhou actividade empresarial e cívica que lhe
confere Estatuto de Figura de Destaque.
O Busto inaugurado, de autoria do consagrado artista Aveirense Hélder
Bandarra e a placa toponímica de execução da responsabilidade do pelouro
da cultura da CMA, sinais de respeito pela memória desse Grande
Aveirense, perpetuam essa grande figura que chegou a ser autarca
aveirense e que deixou sinais indeléveis que a memória de imensa "Gente
do Mar" jamais esquecerá, essencialmente naturais da sua cidade berço
(Aveiro), de Ílhavo e de outras cidades do Litoral Português que sempre
o viram como "figura de proa".
Bem perto do antigo Hospital da Misericórdia de Aveiro, de que Egas
Salgueiro chegaria a ser Provedor e não muito longe da antiga Companhia
de Moagens (Hoje centro de Ciência Viva) de que também foi mui digno
presidente, o Comendador Egas Salgueiro parece olhar sobranceiro a sua
Empresa de Pesca de Aveiro que foi abrigo de tanta gente desta Região.
A EPA viria a ser a 1.ª Empresa de Pescas que deu navios à Grande
Epopeia da Pesca do Bacalhau em "terras geladas da Gronelândia", terras
da "fim do mundo". Foi também a 1.ª a substituir as velas donairosas dos
seus Lugres por motores que passaram a equipar as suas Unidades de Pesca
Longínqua. Homem de "vistas largas" Egas Salgueiro que, como já
referimos, foi autarca na CMA (vereador), esteve intimamente ligado ao
Teatro Aveirense, de que foi presidente, aos Bombeiros de Aveiro, ao
Sport Clube Beira-Mar e ao Rotary Clube de Aveiro. Em 1966 foi agraciado
com "Comenda da Ordem de Mérito Industrial".
Na altura, seu neto, com o mesmo nome, lembraria seu avô como «um líder
que sabia construir equipas,
formar colaboradores e quadros das suas empresas, um Homem que ajudou a
construir escolas, que fez de Aveiro o principal porto de pesca
longínqua, ajudou a construir a cidade - um notável "empreendedor" à
época.
Egas Salgueiro, um Homem de causas públicas,
um grande exemplo de vida,
um
Homem que "fez pontes", de
que Aveiro e Ílhavo são verdadeiro exemplo.
Do acto de Homenagem (que terá na sua génese as figuras de Valdemar
Aveiro e João Pires Simões) à Figura - Empresário - Benemérito,
registemos ainda um poema feito e dito com alma por sua filha, D. Maria
Celeste Salgueiro Seabra:
A Meu Pai
Como o alto carvalho a
dominar
Os vendavais da vida e da má sorte,
Tu foste assim, meu Pai, altivo e forte,
Tu morreste de pé sem te vergar!
Tu foste a sombra amiga a concentrar
Toda a família em volta; o seu suporte;
Exemplo de trabalho, o guia, o norte,
Uma mão estendida p'ra ajudar.
Tu foste o meu orgulho e
afeição
Que em momentos de dor e de aflição
Sabia à minha espera ir encontrar.
Uma Obra criaste! Até ao fim
Teu espírito aberto foi clarim,
Padrão a minha vida a nortear.
Maria Celeste Salgueiro Seabra |