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A Récita de Finalistas do Liceu

COMO noticiámos já na semana finda, teve lugar no Teatro Aveirense, no passado dia 2, a tradicional Récita dos Finalistas do Liceu Nacional de Aveiro. A lotação, como é hábito em idênticas festas estudantis, ficou praticamente esgotada.

O espectáculo, agradabilíssimo, prendeu e interessou o público, que nem deu pela passagem das horas... É que a récita atingiu apreciável e elogiável nível, cativando inteiramente toda a assistência, que não regateou merecidos e quentes aplausos aos jovens estudantes-artistas. Na realidade, a festa dos finalistas teve alegria, colorido, humor e, também, alguns momentos de excelentes interpretações artísticas.

Um momento da representação de «O Tio Simplício», em que intervêm João Afonso Rebocho Christo, Maria Matilde de Figueiredo Leite e Merilde da Luz Calisto.

Depois de breves palavras de apresentação, proferidas pelo Presidente da Academia, José Sarabando Moreira, os finalistas representaram a peça «O Tio Simplício», de Almeida Garrett, em que actuaram, com muito equilíbrio, Merilde da Luz Calisto, Maria Matilde Figueiredo Leite, Laura Maria de Sousa Girão, João Afonso Rebocho Christo, José Sarabando Moreira, António Nuno Campos Teixeira e João Lacerda Mexia.

Actuou seguidamente, em diversos números, O Orfeão Maior do Liceu, dirigido pelo sr. prof. José Manuel Sereno.

Iniciou-se, então, a última parte do espectáculo, com um magnífico Acto de Variedades, de que se salientaram: – dois belos momentos coreográficos na apresentação das danças «Num Mercado Persa» e «Dança Ritual do Fogo», sob orientação das professoras D. Maria Helena Paulo e Silva e D. Zita Leal Costa; – excelentes intervenções, de muito humor, de Sebastião Pereira Verga; – a apresentação de um conjunto ligeiro, que se exibiu em ritmos musicais modernos; – oportuníssimas críticas à T. V. e aos cursos de francês do Conservatório Regional; – e ainda a serenata que encerrou a récita, e na qual muito se evidenciou, pela sua magnífica voz, António Bernardino Pires dos Santos (Berna).

Ainda no Acto de Variedades, os estudantes Sebastião Pereira Verga, João Lacerda Mexia, António Maria Gomes de Carvalho, Dulcídio Terra Marques Pinheiro, Carlos Manuel Branco Pires, António Rodrigues Garcez e Mário Cruz representaram a farsa «O Amor da... Perdigão», uma interessantíssima e actual charge da autoria do conhecido artista aveirense e apreciado colaborador do LITORAL Alfredo Guerra de Abreu – que proficientemente dirigiu e encenou também «O Tio Simplício» e orientou todo o espectáculo, em que
colaborou ainda uma orquestra dirigida pelo prof. Américo Amaral.

A concluir, resta-nos felicitar efusivamente a Comissão da Récita e todos os intérpretes, nesses parabéns envolvendo quantos contribuíram para o seu notável êxito, particularmente o seu orientador, Guerra de Abreu.


Os intérpretes da farsa «O Amor da... Perdigão», quando recebiam os aplausos do público.

In "Litoral", 1962

 

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18-10-2020