Serra
da Estrela
É
fabricado só com leite de ovelha e coagulado com uma infusão de
flor do cardo.
A
região tradicional da sua produção inclui os concelhos de
Mangualde, Nelas, Carregal do Sal, Oliveira do Hospital, Tondela, Tábua,
Seia, Penalva do Castelo, Gouveia, Celorico da Beira e Fomos de
Algodres. O queijo produzido nas freguesias dos concelhos de
Arganil, Guarda e Manteigas, limítrofes desta zona, apresentam
características muito semelhantes, podendo ser considerados ainda
como queijo da Serra.
Apresenta-se
com duas consistências: amanteigado e curado. O amanteigado, que é
o mais característico (e o mais apreciado), tem uma época própria
e relativamente curta de fabrico. Exige ambiente húmido, frio e
ventilado. A casca é lisa e fina, podendo estalar e deixar escorrer
a massa. Esta é levemente amarelada, untuosa e macia. O cheiro é
característico e pouco intenso. O formato é o cilíndrico boleado
e cada queijo pesa, em média, 1,5 a 2 quilos. O curado apresenta
características diferentes: encasca, a massa endurece e torna-se
quebradiça, intensificando-se o sabor e o cheiro. A cura
processa-se em cerca de 30 dias, apresentando depois a casca uma cor
amarelo-palha. Com a cura, o boleado desaparece, adquirindo o aspecto
esquinado.
Azeitão
É
fabricado com leite de ovelha e assemelha-se ao Serra amanteigado,
com um pico mais ácido. Produzido na região de Azeitão, consta
que o seu fabrico foi iniciado por um proprietário que adquiriu um
rebanho de ovelhas na serra da Estrela e contratou igualmente um
pastor da mesma zona, o qual, naturalmente, sabia fazer queijo.
Caracteriza-se por ter uma casca fina de cor amarelo-palha, massa
branda e lisa, forma cilíndrica boleada, com o peso médio de 350
g. A cura dá-se em 20 a 30 dias.
Castelo
Branco
É
de dois tipos o queijo aqui produzido, com leite de ovelha: à
ovelheira e à cabreira.
O
queijo à ovelheira apresenta características semelhantes às do
queijo da Serra, pois as técnicas usadas são idênticas. A
qualidade, porém, resulta inferior. O queijo à cabreira pode,
embora muito raramente, ser fabricado com leite de mistura (cabra e
ovelha). Apresenta-se sob três aspectos: fresco, fabricado no começo
do alavão (período da produção do rebanho), isto é, de meados
de Outubro até finais de Dezembro; amarelo ou curado, que se
fabrica a partir de Dezembro, quando os comerciantes deixam de
procurar massas frescas. A casca torna-se espessa e adquire uma cor
amarelo-tijolo. Com meia cura, este tipo de queijo amanteiga com
facilidade. Finalmente o picante, que mais não é do que um queijo
adquirido com cerca de 8 dias de fabrico e curado já no
comerciante, segundo uma técnica especial à base de frequentes
passagens por sal. Este tipo de queijo não tem casca, possui uma
cor branco-acinzentada, massa compacta, cheiro desagradável intenso
e sabor fortemente picante.
Rabaçal
Produzido
na região da serra de Ansião (distrito de Coimbra), é fabricado
com leite de ovelha e, mais raramente, de cabra ou de mistura, de
marca semimole e lisa. É consumido fresco e, raras vezes,
semicurado. A cura faz-se em locais ventilados frescos, com os
queijos colocados em tábuas ou prateleiras suspensas das traves
que sustentam o tecto das dependências. É de formato cilíndrico e
apresenta-se em unidades com cerca de 1 quilo.
Évora
É
fabricado com leite de ovelha ou de mistura com cabra,
apresentando-se no mercado em pequenas unidades de 100 a 150 gramas.
A pasta é dura e áspera. Sabor característico, misto de ácido,
levemente picante e salgado. A cura pode demorar até 12 meses. Um
processo de conservar este queijo sem endurecer demasiado é mantê-lo
imerso em azeite ou óleo comestível, de boa qualidade.
Produzido
no distrito de Beja, é fabricado com leite de ovelha e de cabra. A
massa é mole, um pouco amanteigada ou semimole, e a textura
compacta. Pode transformar-se num queijo de pasta dura
prolongando-se-lhe a maturação. A casca é fina, de cor
amarelo-palha. Tem sabor picante e aroma forte, o que o distingue do
Serra mole.
Saloio
Fabricado
nos arredores de Lisboa, principalmente na região de Loures, a
partir de leite de ovelha. Consome-se fresco, em unidades de cerca
de 50 gramas, de forma cilíndrica, aparecendo no mercado dentro dos
cinchos ou formas.
Tomar
Produzido
com leite de qualquer espécie ou de mistura, fabrica-se na região
de Tomar e consome-se curado, de massa semidura, em unidades de 50 a
70 gramas.
Alverca
Fabricado
com leite das diferentes espécies ou de mistura. Pasta branca ou
ligeiramente amarelada, consistência mole ou semidura, por vezes
com pequenos olhos, vendido em pequenas unidades de 80 a 100 gramas.
Queijos
de Cabra
Produzem-se
em diferentes regiões do País, mas têm grande expansão na zona
de Santarém, especialmente na serra de Santo António. Consome-se
de preferência curado, embora também se coma fresco, em unidades
de 50 a 100 gramas. Conserva-se em azeite ou óleo comestível, de
boa qualidade.
São
Jorge
Fabricado
na área circunscrita à ilha de S. Jorge (Açores) com leite de
vaca (lembra o queijo cheddar inglês). Massa consistente com
pequeno olhado de coloração amarelo-palha, cremoso. Adquire sabor
picante com o tempo. O período de cura varia de um a três meses.
É apresentado em grandes unidades de 5 a 7 quilos, de formato cilíndrico.
Nas
outras ilhas do arquipélago fabrica-se queijo idêntico, designado
por «queijo Ilha» ou «das Ilhas».
Pico
Produzido
com leite de vaca na ilha do Pico (Açores).
É
um queijo pequeno de casca amarela, pasta mole e intenso cheiro
característico desagradável, formato cilíndrico, boleado, com 300
a 400 gramas.
In:
«Vinhos e Queijos Portugueses, Um Guia Muito Prático».
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