VIAGEM
NA NOSSA TERRA
Os professores responsáveis pela disciplina de
Português, tal como o nosso estimado Almeida Garrett,
consideram que estando nós localizados num país bonito,
seria de muito mau gosto ficarmos restringidos apenas a
passear pela sala de aulas e pela escola. Assim sendo numa
sexta-feira, dia 19 de Janeiro, por sinal dia nada aziago, as
duas turmas do 11º Ano, Área Científica, partiram às 08.45
em direcção à Cidade Invicta, dispostos a conhecerem um
pouco mais sobre o período romântico em Portugal.
Durante a viagem, embora a princípio o ambiente
fosse um bocado triste, não faltaram a música, a boa disposição,
as brincadeiras e as eternas e famosas guloseimas, tão
apreciadas por nós, tendo sido particularmente apreciados os
caramelos das estagiárias.
Chegámos por isso ao Porto num ambiente de
confraternização, mais precisamente, chegámos à rua que
ladeia o Palácio de Cristal e daí nos dirigimos a pé para a
Quinta da Macieirinha, onde está instalado o Museu Romântico.
No museu, antes da visita propriamente dita,
assistimos a uma projecção de diapositivos, muito bem
comentados, que nos situaram perfeitamente na realidade
oitocentista portuense. Visitámos em seguida o museu, que não
é mais do que uma vivenda do período romântico com todas as
suas divisões tão autênticas, tão bem reconstituídas,
desde a sala de vestir ao salão, passando pelos quartos, pela
capela, pela sala de fumar e pelo bilhar, que diríamos ter
recuado no tempo. Só faltavam as pessoas da época para
completar o ambiente. Foi realmente uma experiência
maravilhosa termos podido percorrer aquelas salas tão genuínas!
Chegámos mesmo a imaginar que tínhamos recuado no tempo e
que estávamos no século XIX...
Depois
da visita tivemos a oportunidade de comprar recordações e de
assinar o livro dos visitantes.
Acabada
a visita, estavam os nossos estômagos a pedir “matéria
prima”. Fomos almoçar, cada um com o seu grupo de amigos:
uns, por ser mais cómodo, aos restaurantes; os outros, a
qualquer sítio onde orgulhosamente se deliciassem com os
manjares que as mamãs tinham preparado.
Depois
de acabada a refeição, ainda nos sobrou algum tempo para
passearmos um pouco pelas redondezas, principalmente em
busca de um supermercado onde encontrássemos reabastecimento,
já que muitos de nós chegámos à conclusão de que continuávamos
com fome. Por incrível que pareça, não conseguimos
encontrar nenhum e acabámos por ir para o autocarro onde, por
mais incrível que pareça, tivemos de esperar pelos
professores...
De
seguida, partimos em direcção ao Minho, mais precisamente em
direcção a S. Miguel de Ceide, onde iríamos visitar a casa
do tão famoso CAMILO CASTELO BRANCO. Durante essa pequena
viagem, instalou-se entre nós o tédio pós-refeição,
aquele tédio tão conhecido em meios estudantis, que se sente
quando, após o almoço, vamos para uma aula “interessantíssima’...
Na
casa de Camilo encontrámos outra reconstituição histórica
de uma moradia oitocentista, esta mais modesta, que em
certos aspectos, a alguns de nós, fez recordar as casas de
nossos avós. Vimos coisas muito interessantes, desde a
cadeira onde Camilo se suicidou, à sua cama, passando pelos
chapéus, algumas peças de roupa, biblioteca, peças de
mobiliário descritas pelo autor em algumas das suas obras,
etc., etc.. Na cave, uma sala de exposições (esta já
moderna) mostrou-nos alguns aspectos da vida do autor.
Como
já tínhamos terminado o plano de visitas didácticas feito
pelos professores, dirigimo-nos para Vila Nova de Famalicão,
onde tomaríamos o nosso “lanche”, que para alguns começou
ainda dentro do autocarro, durante a ida para lá. Atacámos
as guloseimas levadas de casa que ainda tinham resistido ao
assalto do apetite matutino.
Em Vila Nova de Famalicão, depois de termos
passado por mais algumas peripécias, em jeito de vingança,
obrigámos os professores a esperar por nós, já que estávamos
decididos a não sair dali sem comprar caramelos, o que foi
uma árdua tarefa!
Chegámos então à nossa estimada Veneza de
Portugal, depois de uma viagem um pouco demorada mas alegre,
um pouco antes das 19.30, e cada um dirigiu-se para sua casa.
Fomos satisfeitos, pois tudo correu bem e a visita valeu bem a
nossa deslocação.
ANA MARIA A. TEIXEIRA, n.º 22 – 11º C |