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O triscópio ou xermascópio é um meio visual de
projecção, constituindo, no fundo, uma variante do diascópio
ou projector de diapositivos. Tem, no entanto, a vantagem de
constituir uma maleta facilmente transportável, contendo máquina
e ecrã incorporados. Tal como se mostra no esquema da figura,
é constituído pela caixa de transporte de secção quadrada
(n.º 1), por uma haste articulada de suporte (n.º 2) do
projector (n.º 3), o qual pode ser colocado em várias posições.
A projecção pode fazer-se directamente num ecrã translúcido,
uma vez amovida a cobertura de protecção, que constitui o
tampo da maleta (n.º 6) ou, baixando o tampo, num ecrã
fixo na parede da sala.
Os triscópios existentes permitem projectar diapositivos
ou diafilmes sem necessidade de escurecimento da sala, desde
que se utilize o ecrã translúcido, assistindo os alunos
como se estivessem em frente de um televisor. As imagens
projectadas são bastante brilhantes, desde que não nos
afastemos muito do eixo de projecção.
Nos modelos actualmente existentes, já antiquados e
substituídos actualmente por sistemas modernos mais
compactos, embora talvez não tão versáteis, o utilizador
deve ter o cuidado de nunca se esquecer de ligar o interruptor
do sistema de ventilação. O triscópio é
particularmente útil quando
pretendemos apresentar diapositivos ou diafilmes com
um grupo reduzido de pessoas. Para turmas exageradamente
grandes, como costumam ser habitualmente nas actuais condições
de ensino em Portugal, é preferível a utilização do diascópio.
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Aspecto
esquemático de um triscópio ou xermacóspio. |
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Convirá explicar, uma vez que o referimos, o que
é um diafilme. De uma maneira geral, o diafilme e o diapositivo
(vulgarmente conhecido pelo termo inglês «slide») são idênticos:
ambos são obtidos numa película inversível de 35 mm,
mediante fotografia. Em vez das imagens serem cortadas e
montadas num caixilho, o diafilme é constituído por uma sequência
de imagens, dispostas horizontal ou verticalmente, segundo uma
determinada ordem lógica, que se vai enrolando numa bobina de
recepção, à medida que as imagens vão sendo projectadas.
O número de imagens que pode ser obtido com uma máquina
depende do tamanho do rolo e do formato da máquina.
Habitualmente, encontram-se no mercado películas inversíveis
para 24 ou 36 exposições. As máquinas normais de 35 mm
permitem um número de imagens de acordo com o rolo, no
formato 24 x 36 mm. No entanto, há máquinas com o formato 18
x 24 mm, ou seja, metade do tamanho, permitindo o dobro das
fotografias. Se desejarmos que as imagens venham da revelação
por cortar e montar, ou seja, constituindo um diafilme,
deveremos ter o cuidado de informar previamente o laboratório.
Se o diafilme tem a vantagem de permitir o enrolamento
da película e sua conservação numa caixa cilíndrica de
metal, a verdade é que as suas desvantagens são grandes,
facto que terá contribuído para a sua quase extinção: só
pode ser utilizado em projectores preparados para diafilmes; o
enrolamento leva à deterioração das imagens, que acabam por
ficar riscadas; não permite alterar facilmente a sequência
das imagens durante a projecção; não permite a realização
de montagens sonoras.
In:
Henrique J. C. de Oliveira, Meios audiovisuais e
tecnológicos aplicados ao ensino, Aveiro, 1992, pp. 50-51
(edição limitada do autor).
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