2005 – Ano pleno de efemérides

O nosso R@d@R deteve-se apenas em algumas comemorações ou efemérides, porque o tempo de satélite era curto. Mesmo assim, aqui vão alguns dados que nos merecem destaque:

Fernando Pessoa – 75 anos da sua morte.

«Cultura não é ler muito, nem saber muito; é conhecer muito.» in Fernando Pessoa: aforismos e afins, (BJE, Estante 45; Prateleira 2)

Bocage - 200 anos da sua morte.

Retrato Próprio

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades,

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.

– Ano Inesiano da Cultura.
– Ano da morte da actriz portuguesa Isabel de Castro (cuja ascendência tem a ver com Inês de Castro…).
– Ano da morte de Rose Parks, pioneira dos Direitos Cívicos nos EUA.
– Ano da morte de Álvaro Cunhal / Manuel Tiago.
– Ano da morte de Eugénio de Andrade.
– 50 anos sobre a morte de Egas Moniz, o primeiro Prémio Nobel português.
– 25 anos sobre o assassinato de John Lennon.
– 250 anos sobre o grande Terramoto de Lisboa.
– 150 anos de comboios em Portugal.
– Centenário da lei francesa de separação das Igrejas e do Estado.
– Centenário do nascimento de Ruy Luís Gomes, (1905-1984), matemático de alcance internacional, antigo reitor da Universidade do Porto e empenhado resistente anti-fascista.
– Ano da Física: «À luz de Einstein.»

 


Concurso-Passatempo
(com prémios!)

«Segunda, 16 de Janeiro

    GRANDE DIA! Fui para o liceu mais cedo do que o habitual. Surpreendi toda a gente, incluindo a mim próprio. Cheguei mesmo na altura em que o Cabeça-de-Martelo, o contínuo, estava a abrir o portão. Ficou parvo de ME ver àquela hora, pois normalmente apanha-me a entrar furtivamente, já depois de a campainha ter tocado. Quando assim é, tenho de passar pelos matulões do 10º ano, que estão sempre a fumar. Disse ao Cabeça-de-Martelo que tinha trabalho a fazer na biblioteca e ele ficou a olhar para mim, com um ar semidesconfiado.
     Quando cheguei à biblioteca, sentei-me e peguei no dicionário. Tinha as mãos encharcadas em suor, mas afinal foi canja. «HIDROFOBIA — aversão à água, pode ser um sintoma da raiva.» Que horror, e eu que detesto tomar banho. Será que também tenho hidrofobia?

Apresentamos nesta rubrica dois extractos de livros existentes na BJE. O desafio é muito simples: Como se intitulam os livros de onde foram retirados os trechos que aqui transcrevemos? Duas pistas: Um, tem a ver com a literatura de índole juvenil, como é óbvio pelo primeiro exemplo dado; o outro, remete para o mundo das ciências exactas… e mais não dizemos. O prémio, esse, é fantástico — e ainda haverá brinde surpresa! Resta dizer que este passatempo é apenas dirigido aos alunos, de todos os anos e áreas de estudo, seja do regime diurno, seja do nocturno. Poderá — e deverá — haver várias respostas correctas; porém, um júri de professores seleccionará o(a) vencedor(a), de acordo com a resposta, devidamente justificada, que for dada à seguinte questão:

— Consideras que é mais importante ler muito ou ler bem?

As respostas deverão ser entregues a uma das funcionárias da Biblioteca até ao fim do mês de Fevereiro de 2006, sob pseudónimo, em envelope fechado.

O FRIO ASCENDENTE

P — Supõe-se que o ar quente sobe. Por que está então mais frio no alto de uma montanha do que em baixo, no vale?   J. M. ALLEN, Burley, Hampshire

R — O calor não sobe. O ar de menor densidade sobe se rodeado por ar de densidade mais elevada. O ar que é aquecido no contacto com o solo quente fica menos denso e, portanto, sobe. À medida que sobe, mistura-se com o ar mais frio e arrefece até um ponto em que pára de subir. O ar no cimo de uma montanha tem pouco contacto com o solo e fica, portanto, frio. O ar no vale em baixo tem um contacto prolongado e fica, por isso, quente.
MIKE MARTIN, Newtown, Austrália


Página anterior Página inicial Página seguinte