PÁGINA 1
O
Ensino Recorrente
Prof. João Paulo
PÁGINA 2
Dois
castigos sem ter de quê
Prof. H. J. C. O.
PÁGINA 3
Dia
da Poesia
Entrevista a Teresa Castro
Profª Paula Tribuzi
PÁGINA 4
A
família há alguns anos
Odete Nogueira, 12º Turma E
PÁGINA 5
Voltar
de novo a estudar?
A. Alberto Teixeira, 12º M
PÁGINA 6
Avaliação
do Ensino Recorrente
Profs. Cristina Campizes e João Paulo
PÁGINA 7
Dia
da África
PÁGINA 8
Literatura
Africana em Língua Portuguesa
Nilton Garrido Sec. Turma SA
PÁGINA 9
O
Movimento da Negritude
Nilton Garrido Sec. Turma SA
PÁGINA 10
Poetas
da Casa
PÁGINA 11
Televisão
- Janela aberta para o mundo?
Trabalho de grupo Sec.
PÁGINA 12
Hora
do Recreio |
Uma janela aberta para o mundo:
— Que valor?
— Que poder?
Será a televisão
uma companhia ou apenas uma caixa de cores que ligamos a qualquer
momento e nos faz ficar horas «colados» a olhar para ela? Será
vício ou necessidade de conhecer e saber o que se passa à nossa
volta?
A televisão é um
dos meios de comunicação mais controversos. Se há uns que a
consideram a melhor das intenções, outros há que não partilham
da mesma opinião, não lhe encontrando qualquer mais valia. Quando
o assunto é «televisão» é natural falar em tudo aquilo que
deixamos de fazer para assistir aos programas televisivos, não dar
atenção à família, perder os hábitos de leitura, etc. Mas o
problema não se resume a isso.
É muito mais
abrangente e a questão coloca-se a um nível superior: até que
ponto a televisão contribui para a formação e desenvolvimento das
nossas atitudes.
De certa forma, esta
simples «caixinha» colorida, consegue manipular massas,
modificando os seus hábitos, tornando-as comodistas, incitando-as a
seguir modelos pouco convenientes e nem sempre ajustados à sua
condição ou maneira de ser. A televisão muda a forma como as
pessoas reagem. Da mesma maneira que as une pelo conhecimento e pela
solidariedade contra as injustiças e asa guerras (veja-se a
mobilização a favor da causa de Timor Leste), também pode criar
insegurança levando as pessoas a fecharem-se sobre si próprias e a
rejeitar o que se passa no mundo. Imagens repetidas de miséria
podem ser olhados com compaixão, mas também podem incutir
indiferença por tantas vezes serem exibidas. Não vale a pena dizer
”eu não me deixo influenciar pela televisão”, porque todos
nós o fazemos sem nos apercebermos, pois é algo que se passa a um
nível inconsciente, fazendo parte de um outro processo bem mais
complexo: a socialização.
Na verdade, o que nos
vem primeiro à ideia são as crianças, nas quais o processo de
socialização se faz sentir mais fortemente. Estas aprendem por
observação e tendem a imitar modelos, independentemente do seu
comportamento ser socialmente desejável ou não. Desde a infância,
as suas atitudes são construídas a partir dos comportamentos dos
pais, pois representam a sua primeira fonte de crenças. À medida
que a criança cresce, esta influência diminui, passando a assumir
grande relevo na sua formação os amigos, a escola, e
principalmente a televisão, o veículo, por excelência, da
informação na sociedade contemporânea. Filmes, telenovelas,
publicidade, expressões linguísticas, gestos, gostos, e muito
mais, são matéria suficiente de imitação e identificação
diante dos olhos da criança e que a leva a construir os seus
próprios ídolos e, por consequência, a agir como eles.
Por tudo isto, a
televisão exerce um poder mágico nas pessoas, sem excepção,
entrando-lhes em casa a qualquer hora e encontrando-as quase sempre
receptivas. Não há dúvida de que a sua “companhia” é por
demais esperada, sobretudo pelos que vivem sós, isolados do mundo
que os rodeia, sendo o seu único contacto com o mesmo feito
através do pequeno ecrã. Basta para isso premir o botão e digerir
tudo que lhes é imposto.
Ver televisão é
importante e saudável, mas é também importante ler, passear e
fundamentalmente, partilharmos estes momentos com os outros sem
ficarmos estáticos a olhar e a ouvir o que esta “caixinha” tem
para nos dar. Há que discutir, expor ideias e opiniões sobre os
programas como a família e os amigos, de forma que a televisão
não se torne viciante e manipuladora e, antes pelo contrário, seja
fonte de purificação dos nossos erros, fazendo de nós e de nossos
filhos, cidadãos mais cultos e, mais humanos.
Esperemos que nos
anos vindouros o acesso à educação possibilite uma melhor escolha
daquilo que todos os dias e as todas as horas nos entra em casa e
que possamos ter a força de vontade para desligarmos o botão da
“caixa” que mudou o mundo.
Trabalho elaborado
pelos alunos Sandra Cruz, Lima Candeias, Ana Garcez e Manuel de
Sousa no âmbito da unidade 9 da disciplina de Português
(nível secundário). |